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O 'terrorismo elegante' de Mia Couto e José Eduardo Agualusa

Os dois autores escreveram uma obra em dupla a partir de suas peças de teatro

JC Online
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Publicado em 16/04/2019 às 10:33
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Os dois autores escreveram uma obra em dupla a partir de suas peças de teatro - FOTO: Divulgação
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O escritor moçambicano Mia Couto chega hoje ao Recife para uma série de eventos, mas não para apresentar um novo livro seu. Sim, ele participa de um lançamento, no entanto, como um convidado leitor, um parente afetivo, ao falar da nova edição de Grande Sertão: Veredas pela Companhia das Letras nesta terça (16), às 19h, na Unicap - as entradas (gratuitas) estão esgotadas, então a única chance de ir é contar com a desistência de alguém). Depois, no dia seguinte, faz palestras na Unicap (às 9h, também com entradas esgotadas) e em Vitória de Santo Antão.

Seu mais recente livro publicado no Brasil foi uma inusitada obra escrita a quatro mãos com o autor angolano José Eduardo Agualusa. O Terrorista Elegante e Outras Histórias, editado pela Tusquets/Planeta, conta com três histórias e uma entrevista, como um volume sucinto, mas pungente. São narrativas de teor poético, mas com uma linguagem mais difusa por conta da criação coletiva.

As tramas da obra foram adaptadas de textos teatrais – no último texto, A Caixa Preta, sobre um invasor que movimenta o passado de uma casa, essa origem fica mais evidente. A história de Chovem Amores na Rua do Matador conta com múltiplas vozes.

TERRORISTA ELEGANTE

O grande destaque é o primeiro conto do livro, O Terrorista Elegante, uma trama singular sobre um homem que diz falar com pássaros e é apontado como principal acusado de uma série de atos terroristas. Bentinho, o acusado, diz saber voar por conta própria, basta “um tanto de combustível, um tanto de convicção”. Entre os investigadores do caso, vemos homens e mulheres envoltos nas próprias histórias e fantasmas, fascinados ou ultrajados com a figura do "subversivo". “Não há culpado que não mereça ser inocente”, conclui Bentinho, um belo exemplar de um terrorista poético da escola de Manoel de Barros.

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