Para muitos ele é mais conhecido como líder das bandas "The Jam" e "The Style Council" nos anos 70 de 80, mas Paul Weller, que se encontra em turnê e prestes a lançar um novo álbum, está determinado a não virar um prisioneiro do próprio passado.
"Eu sempre quero fazer algo diferente e algo novo, entende?", afirma o artista à AFP durante a escala em Paris de sua turnê. "Existe muita coisa antiga ao redor. As pessoas olhando para trás, isto me deixa entediado. Eu não curto a cultura da nostalgia e eu quero fazer algo novo, século 21", diz.
No palco, o cantor e compositor demonstra poucos sinais de que os 56 anos representam uma desaceleração. O rosto mostra as marcas do tempo, mas ele continua magro e sua voz demonstra a mesma clareza e emoção do início da carreira.
"O palco é minha vida, existe uma conexão e comunicação imediata com o público", revela. "É fascinante realmente, incrível. Nervosismo, adrenalina, emoção, tudo misturado. Existem poucas coisas na vida quando você consegue se conectar com tantas pessoas diferentes ao mesmo tempo".
O show de Paris não teve casa cheia, mas os fãs saíram completamente satisfeitos.
Weller mostrou na prática que não leva a nostalgia a sério e não tocou nenhuma música de seus grupos cultuados, seja o punk-rock do "Jam" ou o soul-pop do "Style Council". A apresentação teve apenas canções da fase solo de Weller, incluindo algumas do álbum "Saturn's Pattern", que será lançado em maio.
A fase atual de sua vida e a família são as inspirações do artista, que contou com a participação da mulher, a backing vocal Hannah Andrews, em seus últimos quatro álbuns. "Eu escrevo muitas coisas para a minha esposa. Nós estamos casados há cinco anos e juntos há 10 anos. Nós temos gêmeos, que estão com três anos".
Depois da França, Weller e sua banda - o guitarrista Steve Cradock, o baixista Andy Lewis, os bateristas Ben Godelier e Steve Pilgrim, além do tecladista Andy Crofts - seguiram para a Holanda, antes de viajar para Bélgica e Alemanha.
Em junho será a vez da costa leste americana. No mês de setembro Weller segue para a costa oeste dos Estados Unidos e no final do ano retorna para vários shows na Grã-Bretanha. Apesar de ter aceitado o apelido de "The Modfather" por sua influência na cena musical britânica, especialmente o Britpop dos anos 90, Weller não se considera uma grande estrela.
"Eu estou interessado apenas na música. Eu estou por aqui há muito tempo, quase 40 anos, então é algo muito bonito". "Eu vejo algumas pessoas na plateia que estão lá desde o início e eles trazem os filhos, eles vêm com adolescentes, eu amo. É maravilhoso", resume, com empolgação.