Lira apresenta seu labirinto poético em segundo álbum solo

Continuação de Lira (2011), "O labirinto e o desmantelo" é impregnado pelo lirismo surreal do poeta e cantor pernambucano
Alef Pontes
Publicado em 01/05/2015 às 5:22
Continuação de Lira (2011), "O labirinto e o desmantelo" é impregnado pelo lirismo surreal do poeta e cantor pernambucano Foto: Caroline Bittencourt/Divulgação


O poeta e cantor pernambucano Lira, lançou nesta semana, na plataforma Deezer, o seu segundo álbum em carreira solo, O labirinto e o desmantelo. Construído ao longo dos dois últimos anos, o trabalho composto por onze faixas é um mergulho ainda mais profundo no psicodelismo elétrico de Lira (2011).

A regionalidade de seu trabalho com o Cordel do Fogo Encantado dá espaço para a experimentação. Misturando instrumentos da música clássica com guitarras, teclados, sintetizadores e uma estrutura rítmica comandada por um stand-up drums – espécie de bateria montada num suporte para ser tocada em pé, por Pupillo, que também assina a produção musical do trabalho –, o álbum traz poesias ainda mais fortes e pessoais, com o intuito de criar imagens através de palavras.

“Esse disco vem de um processo iniciado com o Lira, que a gente chama de volume 1. O ponto fundamental é a busca por uma sonoridade que fizesse que a poesia de Lira pudesse dialogar de forma mais ampla, porque a gente escuta a música e consegue visualizar a poesia dele em vários lugares”, comenta Pupillo, afirmando a importância de buscar uma sonoridade na qual as pessoas não conseguissem identificar o lugar de origem do artista.

PARCEIROS - O disco foi produzido por Pupillo e tem música a quatro mãos com Céu

Essa afirmação do produtor reforça o caráter mais universal do disco, focado no lirismo surreal das poesias psicodélicas do músico. As letras, cantadas em primeira pessoa, falam de uma entrega de Lirinha à poesia. Um despir-se que nos transporta para a passionalidade dos nosso próprios relacionamentos.

“Posso abrir mais a lembrança/ e tocar no que passou/ Foi bonita a festa/ não esqueço mais/ Cortei nosso retrato/ rasguei sua cabeça/ meu amor/ Mas eu vou estender o meu corpo/ num varal pendurado no sol/ derreter, amor/ teu suor”, diz a canção Desamar, que inicia o disco. 

Um brega pop feito em parceria com a paulista Céu, que também assume os vocais, Filtre-me é a mais dançante do disco. O embalo é garantido por conjunto de metais, que acentua a sensualidade marcante na voz da cantora: “Trague-me/ fumaça, dentro, quente/ pra infiltrar-me ardente/ para um dia sem movimento/ todo fogo/ todo fogo é santo.” 

Outros destaques ficam por conta dos coros de O mergulho e da canção que dá titulo ao trabalho. O labirinto e o desmantelo conta ainda com participação do pianista e também pernambucano Vitor Araújo, e tem mixagem e masterização de Carlos Trilha. 

Todo o trabalho gráfico que amarra o conceito do disco é de Renan Costa Lima (dos clipes Retrovisor e Grains de beauté, de Céu; e O tempo, da Cidadão Instigado). 

LANÇAMENTO

Com audição já disponibilizada no serviço de música por streaming Deezer, Lira inicia a turnê de divulgação do disco amanhã, em Fortaleza. A turnê passa ainda por mais quatro cidades: São Paulo, nos dias 9 e 10 de maio; Recife, no dia 15; João Pessoa, no sábado 16; e Rio de Janeiro, na semana seguinte, com shows nos 16 e 17 de maio.

Aqui, a apresentação de estreia acontece no Baile Perfumado, a partir das 22h. Na mesma noite se apresentam ainda a paulista Bixiga 70, também lançando álbum, homônimo, e o pernambucano Tagore, com o repertório de Movido à vapor (2014). 

Confira o álbum completo:

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