O lirismo poético, a psicodelia setentista e o suingue prometem tomar conta do Baile Perfumado na noite desta sexta-feira (15). A partir das 22h, o espaço abre as portas para receber as apresentações dos pernambucanos Lira e Tagore, com trabalhos voltados para o psicodelismo e experimentação poética, e da banda paulista de samba-jazz e afrobeat Bixiga 70.
Poeta e cantor arcoverdense, Lira apresenta, pela primeira vez no Recife, o seu mais recente trabalho: O labirinto e o desmantelo, o segundo em sua carreira solo. Neste, a regionalidade de seu trabalho com o Cordel do Fogo Encantado dá espaço para a experimentação em um mergulho ainda mais profundo no psicodelismo elétrico de Lira (2011).
Com poesias ainda mais fortes e pessoais, o disco tem o intuito de criar imagens através de palavras, partindo da canção que lhe dá título. “Depois que terminei todas as letras e composições, percebi a existência de um personagem que sou eu, numa casa labiríntica em busca de um amor impossível. E, nesse contexto, o labirinto são as nossas construções e o desmantelo são os nossos sonhos e devaneios, o fantástico e o impossível”, explica Lirinha.
Segundo o cantor, o repertório da noite terá todas as canções de O labirinto e o desmantelo, além de cinco músicas de Lira, três sucessos do Cordel do Fogo Encantado e duas músicas inéditas: “Este será um espaço de improvisação dentro da apresentação. O show está muito bonito e eu estou levando completo para o Recife, que é um lugar diferente, porque eu me sinto em casa. E tem uma carga emotiva maior por isso.”
“O objetivo do meu trabalho é chegar no outro. Passei dois anos em uma espécie de laboratório construtivo para criar esse disco, sem ter um retorno. E no momento que lanço é quando começo a aprender com ele”, emenda. Ele conta ainda que Lira é o disco dos seus sonhos, no qual teve que se refazer como intérprete, focando mais na relação de cantor, e, em O labirinto e o desmantelo, vai ainda mais longe.
A noite fica completa com as apresentações do pernambucano Tagore, que mostra a mistura de baião com rock psicodélico de seu segundo álbum, Movido à vapor, e a banda paulista de afrobeat Bixiga 70, que também traz um show de lançamento: Bixiga 70 III.