Festival Outros Críticos Convidam leva ciclo de debates e shows a Torre Malakoff

Primeiro encontro é com a banda Ex-Exus, na quinta-feira (20), antecedido de debate sobre a Tropicália
Karol Pacheco
Publicado em 18/08/2015 às 8:22
Primeiro encontro é com a banda Ex-Exus, na quinta-feira (20), antecedido de debate sobre a Tropicália Foto: Foto: Quel Valentin/Divulgação


Na próxima quinta-feira (20) a Torre Malakoff, no Bairro do Recife, sedia a 2ª edição do Festival Outros Críticos Convidam. Para marcar a estreia, haverá uma discussão acerca do tema Porque Somos e Não Somos Tropicalistas (título de manifesto escrito em 1968 pelo cineasta e poeta Jomard Muniz de Brito, originalmente publicado no Jornal do Commercio), seguido do show da banda Ex-Exus. As atividades acontecem às 18h e 20h, respectivamente, sendo que a apresentação musical será realizada na área externa do equipamento cultural.

No caso da programação, “a banda chama o tema e vice-versa”, conta o curador e editor do site e revista Outros Críticos Carlos Gomes, que começou a pensar nesta edição do festival quando da inscrição do projeto no Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), no qual foi contemplado. “Queria muito falar sobre a Tropicália no Recife, e fui pensando em quais bandas tínhamos para isso. Então vi que os Ex-Exus tinha acabado de lançar um disco”, diz. Segundo ele, antes da formação dos Ex-Exus, havia uma banda chamada Comuna – antes, ainda, Comuna Experimental –, que chegou a gravar um disco e realizar shows com Jomard declamando. “A Ex-Exus mistura a ironia, a coisa do rock com outros ritmos, e a performance de palco, algo importante no tropicalismo. A Tropicália chegou para quebrar com a contenção no palco, vista na bossa nova”, explica a escolha. O jornalista Renato Contente e Paulo Marcondes Soares, professor na Universidade Federal de Pernambuco e Doutor em Sociologia pela mesma instituição, debatem com o músico da Ex-Exus Ricardo Maia Jr..

“Discutir sobre a Tropicália no Recife”, diz o curador, considerando que o cantor e compositor baiano Caetano Veloso assinou um dos manifestos tropicalistas de Jomard mas ignorou a presença de Pernambuco no movimento ao escrever o livro Verdade Tropical (1997), “é falar da contribuição do Nordeste, de todo o trabalho desenvolvido aqui”, nessa empreitada cultural.

A abertura do festival pode até não ser o dia mais esperado pelo público – nos próximos encontros, espaçados mês a mês, haverá grandes nomes da música contemporânea pernambucana e brasileira ocupando a Torre Malakoff:

Edição I - 20/08
Porque Somos e Não Somos Tropicalistas
Debatedores: Paulo Marcondes Soares e Renato Contente
Banda: Ex-exus

Edição II - 17/09
A Música como Fetiche
Debatedores: Fernando Catatau e Rodrigo Édipo
Banda: Kalouv

Edição III - 29/10
A Canção Depois do Fim
Debatedores: Germano Rabello e Paulo Marcondes
Banda: Passo Torto e Ná Ozzetti

Edição IV - 26/11
Solo, Trio e Orquestra: A Práxis do Músico Contemporâneo
Debatedores: Benjamim Taubkin e Marina Suassuna
Banda: Juliano Holanda

A primeira edição do evento aconteceu em 2012, na Livraria Cultura do Paço Alfândega, com debates em torno das artes integradas e contou com a música de Zé Manoel, Tibério Azul, Matheus Mota e convidados como Rafael Cortes, Raul Luna e José Juva.

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