Depois de lançar o elogiado Samba de Gira no ano passado, o grupo Bongar prepara-se para um 2017 com muita atividade. No dia 30 de abril, a banda lança Ogum Iê! e em julho toca no Festival Del Caribe, em Cuba, onde gravará mais um disco, o terceiro em dois anos – feito extraordinário para um grupo de cultura popular.
“O Ogum foi inscrito no edital do Rumos Itaú Cultural no último dia, porque nossa produtora Mari acreditava muito nesse disco, e ele foi aprovado. Gravamos com o maestro Letieres Leite e serão oito faixas, sendo que uma captada dentro do ritual da Xambá, no próprio culto a Ogum. Vai revelar um Bongar bem diferente do coco e mais candomblezado, com palavras iorubanas misturadas às minhas poesias”, detalhou o vocalista e compositor Guitinho em conversa com a TV JC.
Esta é a segunda vez que o Bongar vai à Cuba, novamente pelo Festival Del Caribe, que congrega a música de toda a região, onde gravarão o disco Xanteria. “Sempre houve o desejo de fazer um trabalho musical com a santeria cubana, e por estarmos lá convidamos o Alê Siqueira (produtor musical) para participar”, explica. “Esse disco vai ser bem bonito porque a gente vai unir cantos tradicionais da Xambá com os cantos da santeria. A gente vai gravar com grupos e artistas individuais cubanos. Vai ser um disco bem forte”, avisa.
E ele reforça: “Lembrando que a nossa ida à Cuba é fomentada pelo Funcultura, mas esse disco é totalmente independente. O Bongar tá reunindo os nossos parceiros e shows que consegue para fazer esse disco que a gente acredita que vai ser muito importante. Não só por comércio, mas porque o Bongar hoje, com toda modéstia, revela a capacidade da juventude negra em fazer uma música boa e também expõe aos governantes que, quando se faz um trabalho sério, grupos como o Bongar nascem”.