Um dos nomes mais populares do brega de Pernambuco, Michelle Melo recebeu com emoção a aprovação em primeira discussão da lei que eleva o brega a expressão cultural do Estado. A cantora, conhecida pelo trabalho à frente da Banda Metade, fez uma transmissão ao vivo no Facebook e celebrou a novidade.
"Gente, eu tô muito feliz. Eu tô chorando de felicidade", ela disse. "No começo desse ano eu fui alvejada por alguns intelectuais quando eu dei minha cara pra bater e falei que o brega era cultura, sim. No começo do ano, nós ficamos de fora das festividades carnavalescas porque não éramos reconhecidos como cultura no nosso Estado. Eu fiquei revoltada! Procurem no dicionário: Cultura é tudo aquilo que movimenta uma população, o que faz parte de uma cidade, de um estado", defendeu.
Ela desabafou ainda que artistas do gênero sofrem muito preconceito. "São anos vivendo do brega. E o brega sofreu muito. O brega já foi marginalizado, ridicularizado. Preconceito é uma palavra que quem vive do brega conhece de verdade. E quem vive do brega sabe o quanto o preconceito dói. O quanto é difícil você trabalhar enquanto algumas pessoas por pura maldade falavam mal, ridicularizavam, tiravam onda". Michelle aproveitou a interação com fãs e cantou alguns hits da Banda Metade e de outros artistas, como Não Deixe o Brega Morrer.
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou em primeira discussão o projeto que coloca o brega na condição de expressão cultural genuinamente pernambucano. Isso permite que o gênero faça parte da reserva de 60% de convênios do governo para atividades artísticas e ser incluídos em grandes eventos do Estado.
O projeto ainda deverá passar por uma segunda votação e, se aprovado, vai a sanção do governador Paulo Câmara.