O concerto do maestro Forró com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, hoje, às 21h, no Palco Instrumental do FIG, não é somente mais um cumprimento de agenda. Para o maestro e a OPBH tem sabor especial. Com o concerto eles dão início a várias ações acertadas para celebrar os 15 anos de estrada, e dez do primeiro CD, Jorrando Cultura, de 2007. O disco saiu em 2008, com DVD e Blu-Ray (comercializado juntos, num kit, com um libreto). Cinco anos depois, repetiram a dose, num projeto que recebeu o título de # CabeçaNoMundo (no DVD há participações de Lira e do bandolinista Marcos César), que ganhou o Prêmio da Música Brasileira. Jorrando Cultura é o disco de estreia da OPBH que, até então, só havia lançado um disco demo, com seis faixas.
O concerto no FIG vai ter o repertório dos dois discos, músicas como Frevo em Paris e Frevo na Bomba do Hemetério, do primeiro álbum, as duas autorais, com versões de Tô Doidão, sucesso de Reginaldo Rossi (do original francês, de Joe Dassin, Les Dalton), e Meu Esquema, da Mundo Livre S/A, ou Oia a Virada (1933), clássico do maestro Nelson Ferreira.
O maestro Forró inclui entre as ações comemorativas a palestra que dará, no final de julho, em Portland, Oregon, a convite do luthier e yogue David Monett: "Ele é um cara místico, ligado às filosofias orientais. Os instrumentos que ele fabrica são personalizados, levam até seis meses para serem terminados, músicos como Maynard Ferguson e Wynton Marsalis usam trompetes dele", explica Forró, que fará outras palestras, Palestras também acontecerão, com a orquestra, em Brasília, no Paço do Frevo, no Recife, na UniRio. Até novembro será publicado um livro com o registro das gravações de Jorrando Cultura: "Vão ser três mil exemplares. O livro vem acompanhado do disco. Resumindo: é a história do disco, com a música para o leitor conferir", explica Francisco Amâncio da Silva, o Maestro Forró. O álbum terá um versão em vinil, com lançamento confirmado para a segunda quinzena de novembro.
Embora faça poucos concertos no Recife com o repertório próprio da orquestra - o que acontece mais em outros Estados e no exterior - o maestro Forró garante que não se incomoda muito com isdo, e nem afeta tanto os integrantes da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério: "Aos poucos eles foram montando seus projetos paralelos, feito o Frevo S/A, ou o Trombomba. Eu avalio esses 15 anos como vitoriosos pra gente. A orquestra viajou pelo Brasil, viajou pelo mundo. Eu vou receber este ano um prêmio num festival importante, que acontece em Cuba, um dos maiores festivais do Caribe".
O maestro reforça o comentário ressaltando que não considera paroquial a música que faz com a orquestra: "Se aqui faço uma ou duas palestras, sou convidado mundo afora. Não vejo a nossa música como uma coisa local. Penso mais em termos de mundo, de música universal, onde a gente toca o pessoal entende, me vejo mais como um cidadão do mundo".
Maestro Forró e a OPBH estão aprontando um disco novo. A previsão é de que seja lançado até o final do ano, ou no começo do próximo: "O lado financeiro do País este ano está complicado. Já temos boa parte pronta, acho que faltam uns 40%, se tudo correr bem, a gente fecha as ações de comemoração dos 15 anos com um álbum novo". O terceiro disco da OPBH, ainda sem título, começou a ser gravado no ano passado: "A gente está indo devagarzinho. Já pensamos nos convidados, mas não gravamos com eles ainda, vai depender da agenda do pessoal, mas espero que entre nesta comemoração dos 15 anos".