2018 já começa com uma boa notícia para os recifenses fãs da música pop: Demi Lovato aporta na capital pernambucana dia 17 de abril para se apresentar no Classic Hall, dentro de sua turnê brasileira, que passará ainda por Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro. Um dos maiores expoentes da nova geração de artistas do gênero, a americana canta pela primeira vez na cidade e celebra um bom momento na carreira, com show da turnê Tell Me You Love Me, que leva o nome de seu disco mais recente.
Contemporânea de Miley Cyrus e Selena Gomez, Demi – abreviação de Demetria, seu nome de batismo – começou a carreira aos 10 anos como estrela da Disney no programa Barney & Friends. Nesse período, ela se afastou da escola devido ao constante bullying que sofria, terminando seus estudos em casa. O sucesso veio com Camp Rock, programa ao lado dos Jonas Brothers no qual seu talento vocal ficou mais em evidência.
As provocações e exclusão desde cedo – além das pressões do estrelato – fizeram com que, ainda adolescente, ela entrasse em depressão, desenvolvesse distúrbios alimentares e vício em drogas, principalmente álcool e cocaína. Por muito tempo, Demi foi vista como a garota-problema de sua geração. Sua luta contra a depressão e as drogas está registrada nos documentários Stay Strong (2012) e Simply Complicated (2017).
Longe da imagem de princesa de suas contemporâneas, a americana construiu parte de seu apelo por não esconder seus problemas. Seu processo de amadurecimento e enfrentamento de seus demônios foi acompanhado por um público adolescente que crescia junto com a artista e encontrava, em alguma medida, um espelho nas imperfeições de Lovato. Inclusive, na internet, há um meme que diz “Você não sabe pelo que a Demi passou”, uma defesa que virou piada, mas que resume o afeto que ela inspira.
Dona de uma voz potente, ela investiu em hits pop-rock em seus três primeiros discos, Don’t Forget (2008) e Here We Go Again (2009). Em Unbroken, já começava a flertar mais com um pop mais melódico, a exemplo de Give Your Heart a Break, uma das grandes (e injustiçadas) canções da década passada. As interpretações dramáticas, no estilo “tudo ou nada”, continuaram a fazer parte de seu repertório, como em Skyscraper.
Demi (2012) emplacou os sucessos Heart Atack, Made in The USA e Neon Lights, essas feitas sob medida para as pistas. O flerte com as luzes de estrobo foi consolidado com Confident (2015), de onde saiu um de seus maiores – e melhores – sucessos, Cool For The Summer. A partir daí, Lovato assume também a persona de femme fatale, colocando sua sexualidade como p0nto importante de seu trabalho. Com o disco, foi indicada ao Grammy de Melhor Álbum Pop.
Ainda que com vários “hinos” na bagagem, parecia faltar consistência ao projeto artístico da jovem de 25 anos. Esse problema começou a ser dissipado com Tell Me You Love Me, lançado ano passado, mais voltado para o r&b e que ressalta sua sensibilidade como intérprete. É desse trabalho que sairá a maior parte do repertório. Mas, os sucessos do passado, claro, também estarão lá.