Festival Anima Mundi vai indicar filmes ao Oscar pela primeira vez

Os curtas brasileiros candidatos à indicação são Cafeka, de Natalia Cristine; Destimação, de Ricardo De Podestá; Linear, de Amir Admoni; Mentiras são contadas em julho, de Rogério Vilela, dentre outros
Agência Brasil
Publicado em 08/07/2012 às 14:32


Encantar o público adulto e infantil durante as mais de 500 sessões, essa é uma das pretensões dos 448 filmes selecionados - 80 brasileiros entre eles - para o 20º Festival Internacional de Animação do Brasil, o Anima Mundi 2012, que ocorre no Rio de Janeiro e São Paulo, entre os dias 13 e 29 de julho.

Neste ano, a novidade é que as animações irão concorrer a uma indicação ao Oscar, prêmio mais importante do cinema mundial, oferecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, marcando a entrada do Anima Mundi no restrito grupo de festivais habilitados a indicar filmes para a premiação de Hollywood.

Os curtas brasileiros candidatos à indicação são Cafeka, de Natalia Cristine; Destimação, de Ricardo De Podestá; Linear, de Amir Admoni; Mentiras são contadas em julho, de Rogério Vilela; Neomorphus, do estúdio Animatorio; O acaso e a borboleta, de Fernanda Correa e Tiago Américo;  O grande evento, de Thomas Larson; O guitarrista no telhado, de Guto Bozzetti; Realejo de Marcus Vasconcelos; e Valquíria, de Luiz Henrique Marques Gonçalves.

De acordo com o diretor do Anima Mundi, César Coelho, o filme vencedor da mostra entrará para a lista de indicados ao Oscar como animação de curta-metragem do próximo ano. Por isso, os concorrentes ao prêmio terão atenção especial durante o Anima Mundi. “Serão quatro sessões apenas dedicadas ao Oscar”, diz.

Entretanto, explica que o Anima Mundi também conta com uma extensa e variada programação. “Tem para todos os gostos, filmes para crianças e adultos, documentários animados, comerciais, longas metragens...”, descreveu César Coelho.

Além do Brasil, foram recebidas inscrições da França, Alemanha, Japão, Polônia, Portugal, Estados Unidos, Suíça, Dinamarca, República Tcheca, Síria e Tunísia. Entre os convidados internacionais, estão a diretora inglesa Sarah Cox, que falará sobre o filme que produziu com centenas de crianças do mundo inteiro.“A história do filme todo foi bolada por crianças. Um trabalho lindíssimo”, diz Coelho.

Por outro lado, o nova-iorquino Adam Pesapane, conhecido por Pes, traz aulas de culinária usando objetos do cotidiano como, por exemplo, varetas no lugar de macarrão. “São, todos, objetos que você não imagina que se transformariam em alimentos”. Roger Horrocks, biógrafo de Len Lye, um artista neozelandês morto em 1980, fará uma retrospectiva sobre seus trabalhos, que são referências na animação experimental.

Haverá também palestras de dois brasileiros: Rodrigo Teixeira, que trabalha na indústria cinematográfica norte-americana, e Marcelo Marão, outra referência na animação brasileira atual.  Teixeira é diretor de efeitos visuais, principalmente, animação 3d estereoscópica. Seu nome está no letreiro de A invenção de Hugo Cabret, dirigido por Martin Scorsese. Já Marão, segundo Coelho, “tem um trabalho muito forte na parte de animação autoral e na parte de organização dos animadores, como associação”.

No Rio de Janeiro, o Festival Anima Mundi ocorre entre os dias 13 a 22 deste mês, no Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Correios, Casa França-Brasil, Oi Futuro Flamengo, Odeon, Itaú Arteplex e Oi Futuro Ipanema. Depois, segue para São Paulo, com atividades de 25 a 29 deste mês, no Centro Cultural Banco do Brasil e Memorial da América Latina. A entrada é gratuita e os horários das sessões estão no site www.animamundi.com.br.

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