Artistas e produtores culturais de Pernambuco aprovam volta de Juca Ferreira

Sociólogo baiano é chamado para o segundo governo da presidente Dilma, depois de ter sido escanteado na primeira gestão
Do JC Online
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Publicado em 31/12/2014 às 15:10


Na classe artística, o anúncio da volta do sociólogo baiano Juca Ferreira ao Ministério da Cultura na segunda gestão da presidente Dilma Rousseff levou a um tom de comemoração. Ele fez parte das duas gestões do governo do presidente Lula. Em 2003, foi trabalhar com Gilberto Gil no MinC e ganhou destaque como seu secretário-executivo. Em 2008, Juca assumiu a pasta e, dois anos mais tarde, teve uma saída turbulenta. Logo depois de Dilma vencer sua primeira eleição presidencial, a classe artística encampou o movimento “Fica, Juca”, mas a presidente preferiu apostar em Ana de Holanda e a nomeou para assumir o MinC, cuja gestão ele considerou desastrosa. Na campanha da segunda eleição, Juca deixou a Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo para assumir a elaboração das propostas para o setor e aproximar a então presidente candidata da classe cultural

O escritor pernambucano Marcelino Freire, ganhador do Prêmio Machado de Assis também comemora a volta de Juca. “Juca nunca deveria ter saído. Na gestão dele, a literatura esteve sempre em pauta. Eu cheguei a ir em Brasília algumas vezes para ser ouvido representando o Movimento Literatura Urgente. Depois da saída dele, tudo ficou parado. Foram quatro anos perdidos. Algo, espero que ele volte a costurar os fios que ficaram soltos. Retome, por exemplo, os pontos de cultura.” 

O artista plástico paraibano radicado em Olinda Roberto Lúcio é outro que aprova a escolha de Dilma. “Diante da escolha dos outros ministros acredito que Juca Ferreira poderá fazer uma boa administração. Concordo com a volta, a gestão passada não foi a ideal mas não chegou a comprometer. Acredito que a experiência passada possa acrescentar um bom desempenho nessa nova gestão”.

“Juca Ferreira não deveria ter saído do Ministério da Cultura, principalmente da maneira como ocorreu. Vários dos projetos que estavam encaminhados foram interrompidos e o diálogo amplo com os artistas e produtores culturais foi arrefecido. Espero que ele tenha respaldo da presidente Dilma para poder reestruturar o Minc e colocar o setor cultural brasileiro num alto patamar, compatível com a importância da nossa arte”, diz a crítica de arte e curadora Cristiana Tejo.

O produtor cultural Rogério Robalinho é outros que avalia como positiva a volta de Juca am MinC. “Ele não deveria ter saído, pois deu continuidade à excelente gestão de Gilberto Gil e sua políticas de quebra de paradigmas e valorização das nossas melhores políticas sócio -culturais , tais como a identificação e ressignificação dos pontos de cultura e da grande Teia de Cultura que necessariamente precisa ser melhor entendida e dimensionada como vetor de desenvolvimento econômico e cultural”, diz Robalinho.

“Pelo seu forte traço sensível e humanista, tenho convicção de que Marcelino Granja se entenderá perfeitamente com ele e poderá ser o elo de ligação entre Cultura, Tecnologia e Inovação, tão necessário para que alcancemos escala global no âmbito da tão propalada Economia Criativa , que na verdadde nada mais é do que a Economia do Conhecimento , onde ainda temos muito chão para andar. Neste aspecto, acredito sinceramente que movimentos como a ExpoIdea - que desde 2010 busca este ambiente de inflexão , pelo fato de termos aqui o Porto Digital , o C.E.S.A.R , o CIn e a FACEPE - e a Bienal Internacional do Livro de PE , produtos da Cia de Eventos , situam-se como aceleradores de possibilidades e novas perspectivas”, comenta o produtor cultural.

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