Apesar de não ter recebido a mesma atenção na sua discografia, hoje de difícil acesso, Jackson do Pandeiro é, ao lado de Luiz Gonzaga, um dos mais importantes nomes da música nordestina. Não apenas isso, como também da brasileira. Agora, o músico recebe a devida atenção: sua vida e sua obra são relembradas no documentário Jacksons e imagens (título provisório), da dupla de diretores paraibanos Marcus Vilar e Cacá Teixeira.
Aliás, a origem dos diretores não podia ser mais pertinente. Apesar de ter seu trabalho associado ao Recife e ao Rio de Janeiro, Jackson é paraibano de Alagoa Grande, município do Agreste do estado. Filho da coquista Flora Mourão, foi lá, ainda na infância, que começou a descobrir sua aptidão musical.
Mas foi apenas em 1954, com sua vinda para o Recife, onde assinou contrato com a Rádio Jornal para integrar a grade do programa de auditório A pisada é essa, que José Gomes Filho veio se tornar Jackson do Pandeiro. Até então, ele era conhecido como Jack do Pandeiro, nome inspirado em Jack Perry, mocinho dos filmes de faroeste a que assistia na infância.
É também no Recife que ele estoura com Sebastiana (de Rosil Cavalcanti), ao lado da cantora e dançarina Almira Castilho, com quem formou dupla e viria a se casar. A partir daí, ele é contratado pra ir para o Rio de Janeiro, onde se consagra como o Rei do Ritmo.
“Recife foi muito importante na vida dele, é onde ele se tornou Jackson do Pandeiro. Foi aí também que ele cantou muitos frevos. Quando chega no Rio de Janeiro, ele entra pro lado do samba, chegando até a fazer samba-enredo para a Império Serrano”, conta o diretor Cacá Teixeira.