Professores vendem cerveja na Virada para cobrir prejuízo da greve

" A maior dificuldade é carregar as coisas que levamos para vender, encarar o frio, por a mão no gelo", descreveu a professora que negociava no evento
Folha Press
Publicado em 22/06/2015 às 9:00
" A maior dificuldade é carregar as coisas que levamos para vender, encarar o frio, por a mão no gelo", descreveu a professora que negociava no evento Foto: Prefeitura de São Paulo/Divulgação


Um casal de professores aproveitou a intensa movimentação de pessoas na Virada Cultural para vender cervejas e recuperar prejuízos que alegam ter tido com a greve da categoria em São Paulo, encerrada há pouco mais de uma semana, após 92 dias de paralisação.


A professora de línguas portuguesa e inglesa Nádia Oliveira, 35 anos, e o professor de História, Renato Lima, 30 anos, disseram ter ficado dois meses sem receber salários. "Viemos ontem [20], mas não conseguimos arrecadar muito dinheiro. Não fizemos as contas ainda", disse Nádia, na esquina da Barão de Limeira com a avenida Duque de Caxias. Ela também lamentou o desfecho do movimento grevista. "Não ficamos felizes com o resultado. Não adquirimos nenhuma das nossas reivindicações."


Sobre a atividade paralela durante a Virada, Nádia afirma que a maior dificuldade "é carregar as coisas que levamos para vender, encarar o frio, por a mão no gelo. Aguentar pessoas bêbadas acho que é até a menor parte", descreveu.


Enquanto conversava com a reportagem, o casal foi abordado por um agente da Guarda Civil, que os informou de que não poderiam vender bebidas no local. Eles responderam que já estavam de saída - foi a primeira vez que foram abordados em toda a Virada, dizem. O plano era ir ao show de Caetano Veloso, às 18h, no palco Júlio Prestes.

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