Cais do Sertão será ampliado

No dia em que reabriu, museu sobre o imaginário sertanejo teve publicado edital convocando empresas para realizar as obras que vão duplicar seu tamanho
Bruno Albertim
Publicado em 08/01/2016 às 6:27
No dia em que reabriu, museu sobre o imaginário sertanejo teve publicado edital convocando empresas para realizar as obras que vão duplicar seu tamanho Foto: Sérgio Bernardo / JC IMAGEM


Tão logo abriu as portas, às 11h de ontem, depois de uma semana incerta até a Fundação Gilberto Freyre assumir provisoriamente a gestão, o Cais do Sertão recebeu pelo menos cem visitantes antes mesmo do final da manhã. Lá dentro, o público encontrou uma temperatura condizente com o conteúdo expositivo sobre o imaginário sertanejo ancorado na figura de Luiz Gonzaga. “O museu é lindo, mas o calor é grande dentro”, dizia o turista sul-matogrossense Delano Araújo, 58. “Estava meio decepcionado porque ia sair da cidade sem conhecer o museu. Ainda bem que deu tempo”, ele diz.

“Depois de uma semana desligados durante o recesso, os condicionadores de ar demoram muito para voltar a funcionar com a potência ideal”, informava um dos 29 funcionários readmitidos, que preferia não se identificar.
Mas a grande novidade do Cais do Sertão não estava na temperatura do prédio sob gestão provisória – o contrato com o antigo gestor venceu no último dia 30 e só anteontem o Governo do Estado anunciou a medida, convocando a Fundação Gilberto Freyre pela “experiência, “proximidade e afinidade” com o museu, para gerenciá-lo até que seja publicado um edital para a administração definitiva.

Foi publicado ontem outro edital esperado para o museu: o processo licitatório de número 015/2016 do Diário Oficial convoca empresas para concluir obras “restantes e remanescentes” do Cais do Sertão.
“A verba está assegurada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) através do Prodetur II”, garantiu Thiago Norões, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Além da finalização do prédio de cerca de cinco mil metros quadrados, a obra prevê a construção de duas salas de exposições temporárias, um cinema e um restaurante-escola. A primeira etapa, onde está o acervo permanente do museu em exposição atualmente, custou cerca de R$ 97 milhões. O valor do novo convênio com o BID é de R$ 23,5 milhões.

A novidade é que o edital para as obras da segunda etapa do Cais do Sertão foi publicado pela Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur), que passa a responder pelo museu. “Esse é um equipamento que tem mais a ver com o turismo, e o secretário Felipe Carreras já pleiteava há algum tempo que o Cais do Sertão ficasse sob sua pasta”, disse Thiago Norões, garantindo que conduzirá apenas o edital de licitação para a administração definitiva, já em andamento.

Ontem, também, no meio do público, técnicos analisavam o estado das peças do acervo. Com a umidade e o calor, indumentárias em couro dos vaqueiros apresentavam traços de mofo. Alguns telões suspensos para projeções de vídeos também não estavam funcionando. “Vamos examinar tudo, ver se é preciso reparos”, diz o gestor provisório, Gilberto Freyre Neto.

Não se sabe ainda com exatidão o modelo de gestão a ser aplicado no Cais do Sertão, quando ele estiver completo. “O que se sabe é que 1/3 dos recursos virá do Governo e outros 2/3, de parcerias com a iniciativa privada”, diz Gilberto Neto, adiantando que, em tese, a FGF tem interesse em concorrer pela gestão definitiva do Cais. “Mas só poderemos confirmar o interesse depois de ler os termos do edital”, pondera.

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