Helder Vasconcelos, ex-Mestre Ambrósio, no primeiro disco solo

Músico dedicou-se durante 12 anos às artes cênicas
JOSÉ TELES
Publicado em 16/06/2016 às 8:55
Músico dedicou-se durante 12 anos às artes cênicas Foto: foto: divulgação


Desde que saiu do Mestre Ambrósio, 12 anos atrás, Helder Vasconcelos dedicou­se às sambadas de maracatus, ao Cavalo Marinho e a outros ritmos pernambucanos, porém, sobretudo, aos dois primeiros. Teatro, dança e também cinema foram suas ocupações durante este período. Amanhã, no entanto, ele adentra o palco do Sesc­ Pompéia, em São Paulo, para lançar Sambador, primeiro disco solo, com que encerra a trilogia apresentada na Ocupação Helder Vasconcelos (iniciada em junho).

"Depois de fazer dois trabalhos ­ Eu Sou, e Espiral Brinquedo Meu ­ sendo o primeiro teatro e o segundo, dança, pensei: Isso é uma trilogia, então, o terceiro vai ser música. Se bem que esta coisa da arte cênica pra mim é irreversível. Este é um projeto de música, mas concebido como de artes cênicas também. Vamos ver no que dá", diz Helder, em conversa por telefone, de São Paulo. Ele está morando lá e cá, porém mais no Recife: "Venho a São Paulo para apresentações. Como eu sou do tempo do CD e do vinil, eu moro onde meus discos estão, e eles estão no Recife".

Sambador foi montado de esboços e rascunhos de canções pensadas ao longo dos anos, que resultam num repertório com oito canções: "A prioridade foram esses esboços, não foi uma base rítmica, uma proposta. Acabou um CD muito diversificado. Tem um maracatu que organizei como uma valsa, tem duas levadas mais de samba, tem uma coisa meio Europa do Leste", explica. O disco foi gravado no Recife e em Natal (onde também foi mixado), nos estúdios domésticos dele, de Johann Brehmer, e Marco França, com participação de do baixista Walter Areia. Mas no palco estará apenas ele: "Fazemos uns loops, soltamos umas bases, toco fole de oito baixos e canto. Tem um pouco de texto, dança, o cenário compõe a ideia que tive. Para definir o que faço, melhor termo é que é um espetáculo de música", diz Helder Vasconcelos.

O disco tem Renata Rosa como convidada e nenhum dos antigos companheiros da Mestre Ambrósio, o que não implica que os integrantes se evitem: "Pelo contrário, ­garante Hélder, ­ eu sou até padrinho do filho de Siba, que conheço desde os 15 anos, estudamos no Colégio Boa Viagem. Não trouxe nenhum pro disco porque precisava de participações muito pontuais. Renata Rosa fez a abertura de uma música, e participa de outra", esclarece Helder Vasconcelos, que não tergiversa quanto à possibilidade de uma reunião da Mestre Ambrósio: "De vez em quando surge uma proposta, mas não tivemos motivação de juntar o grupo. Este trabalho meu, levei 12 anos pra chegar a ele. Mas quem sabe um dia a gente não se junta, nem que seja prum churrasco?

TAGS
sambador helder vasconcelos
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory