NITERÓI - Inaugurado há quase 20 anos, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, foi reaberto ao público no início da noite de quinta-feira (16/6), após 18 meses de uma reforma que custou R$ 7 milhões. Foi a primeira grande restauração no prédio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) e que se tornou um ícone da arquitetura contemporânea mundial, além do principal cartão-postal de Niterói.
Um novo sistema de ar-condicionado, sinalização interna em três línguas, novos tapetes e outras modernizações são algumas das novidades que os visitantes vão encontrar nas três exposições em cartaz na reabertura do museu. O destaque, porém, fica por conta da nova iluminação em LED, que realça ainda mais a beleza do prédio erguido sobre o mirante da Boa Viagem, às margens da Baía de Guanabara.
"As novas luzes fazem do prédio, à noite, um farol iluminando a baía, como nunca foi visto antes", comemorou o diretor do MAC, Luiz Guilherme Vergara, que também responde pela curadoria de uma das novas exposições, Ephemera: diálogos entre-vistas. Em analogia ao formato circular do museu, a mostra propõe um panorama de 360º sobre quase seis décadas de arte contemporânea, na Coleção João Sattamini, que constitui o acervo do MAC.
"Ephemera é a passagem do tempo, significa tudo o que é passageiro, mas que, ao mesmo tempo, remete às obras de arte que foram criadas desde os anos 1950 e estão presentes na coleção. Elas são testemunhas da passagem do tempo: obras dos anos 1960, do momento da repressão militar, obras que estão ligadas ao feminismo, às questões da mulher, obras que envolvem a tecnologia", explicou Vergara, em entrevista ao programa Arte Clube, da Rádio MEC AM do Rio de Janeiro.
Reabertura do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A segunda exposição, A arte de contar histórias, conta com a colaboração de uma curadora internacional, a norueguesa Selene Wendt. Nessa mostra, vários artistas, brasileiros e estrangeiros, lidam com a produção literária, seja latino-americana ou de outras partes do mundo.
São obras que reinterpretam livros como Alice através do espelho, de Lewis Carroll, e Os sertões, de Euclides da Cunha. "A mostra traz para o MAC uma instalação interativa dessas propostas interpretativas de obras literárias", comenta o diretor do museu.
Por fim, a terceira exposição inaugura o circuito de ocupações no pátio do museu. Da escuta da matéria aos escombros do ser - instalação sonora silenciosa, do artista Marcelo Armani, lida com um tema extremamente atual, que é questão da educação.
Para Luiz Guilherme Vergara, o MAC, em seu vigésimo ano, está ocupado por discursos artísticos que envolvem diferentes mídias, temas e meios de expressão. "É como uma polifonia do mundo contemporâneo: um mundo redondo, com diferentes vozes, mas, ao mesmo tempo, uma busca pela unidade".
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV) compareceu à reabertura do MAC, que foi encerrada com um show do saxofonista Leo Gandelman. As exposições ficam em cartaz até 24 de julho e podem ser visitadas de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 10 a inteira. Estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos pagam meia entrada. Moradores e nascidos em Niterói (com comprovação de residência), portadores de necessidades especiais, crianças de até 7 anos e visitantes que venham de bicicleta têm entrada gratuita. Às quartas-feiras, a entrada é grátis para todos.