O casamento que pode ter sido bancado com recursos da Lei Rouanet durou um fim de semana em Jurerê Internacional, balneário reduto de celebridades e milionários no litoral de Santa Catarina. A informação faz parte a Operação Boca Livre, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (28).
Realizado em 25 de maio deste ano, o casamento de Felipe Amorim e Caroline Monteiro foi pago pelo pai de Felipe, o empresário Antônio Carlos Bellini Amorim, dono da Bellini Cultura, que é suspeita de ser a cabeça do esquema de desvio de verba da Lei Roaunet.
Em vídeo divulgado pela PF, as imagens mostram uma cerimônia pomposa realizada em um hotel luxuoso de frente para o mar da praia de Jurerê Internacional, no litoral de Florianópolis, onde os convidados esbanjam comidas e bebem espumante no gargalo da garrafa. O casório durou um fim de semana inteiro e teve o sertanejo Leo Rodriguez como atração principal. O cantor afirmou desconhecer de onde vinha o pagamento.
Em coletiva de imprensa, o ministro da Justiça Alexandre Moraes ficou indignado com o casamento. "Vimos a gravação de uma festa boca livre que nós pagamos. No meu casamento, eu paguei. Por sinal, fiquei pagando um ano ainda", disse.
O ministro da Justiça afirmou ainda que o problema não é a Lei Rouanet, mas sim na "ausência de mecanismos preventivos". A operação prendeu 14 pessoas na manhã desta terça. Entre elas, os noivos, e os pais do noivo.
OPERAÇÃO BOCA LIVRE - A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram na manhã desta terça-feira (28) a Operação Boca Livre contra fraudes de R$ 180 milhões na Lei Rouanet. De acordo com as investigações, os recursos públicos oriundos da legislação pagaram confraternizações de empresas e até festas de casamento. A investigação cita o Ministério da Cultura, as empresas Bellini Eventos Culturais, Scania, KPMG e o escritório de advocacia Demarest, Roldão, Intermedica Notre Dame, Laboratório Cristalia, Lojas 100, Nycomed Produtos Farmacêuticos e Cecil.