Produtores culturais do Estado podem fechar o ano com a agenda definida. No último dia útil de 2017, o secretário de Cultura do estado de Pernambuco, Marcelino Granja, e a presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Márcia Souto, anunciaram os editais de financiamento para o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), o principal canal público de viabilização da produção cultural no Estado. Confirmando o prestígio e a demanda, o setor do áudio-visual tem o maior aporte de recursos. “Não sei se o maior, mais certamente é um dos maiores editais de áudio-visual do Brasil”, comenta Granja. “Em termos de valores, é o maior edital do áudio-visual na história de Pernambuco”.
No total, o Funcultura 2017/2018 vai disponibilizar R$ 47,720 milhões em três editais. Apenas cinema e expressões afim recebem cerca de R$ 25.440 milhões dos recursos - cerca de R$ 5 milhões a mais que no último edital. Este ano, o valor captado pela Secult com o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), da Agência Nacional de Cinema (Ancine), aumentou para R$ 15 milhões, aumentando o montante final.
O edital do áudio-visual traz uma nova rubrica. Este ano, serão apresentados também projetos para Games. Três projetos na área poderão ser selecionados, com financiamento de até R$ 50 mil cada um. “Os games também podem ter expressões artísticas como potencializar outros produtos”, comenta o secretário. As inscrições para o áudio-visual são as primeiras a serem oferecidas: de 29 de janeiro a 21 de fevereiro de 2018.
Criado este ano, o edital para música é o segundo com rubrica específica: o fundo disponibilizará o total de R$ 4.680 milhões. Em sua segunda edição, o edital conta com ajustes. “Numa mesma categoria, tem três tipos de tetos para encaixar seu projeto, e não um único valor, como antes era encaixado na linha”, diz o superintende do Funcultura, Gustavo Araújo. Assim, ele diz, os produtores terão mais liberdade para dimensionar de mais maneira mais plausível as necessidades financeiras do projeto.
“Os editais do Funcultura são sempre o coroamento do ano. Tanto pela magnitude dos recursos, pois política pública não se faz sem recursos, e os editais do Funcultura confirmam o compromisso do Governo de Pernambuco com o fomento à cultura pernambucana e brasileira, garantindo mais uma vez a ampliação dos recursos para o Funcultura, e o aprimoramento dos editais”, pontua o secretário de Cultura Marcelino Granja, reforçando que critérios de inclusão social são mais valorizados na aprovação dos projetos. Propostas de mulheres e negros autodeclarados, por exemplo, possuem ponto favorável no caso de empate técnico nos outros critérios.
No segmento de Patrimônio, pela primeira vez teremos a concessão de uma bolsa no valor de R$ 54.5 mil, para uma residência internacional e uma nacional. "Avançamos na perspectiva da preservação, que se refletirá em profissionais mais qualificados para trabalhar no setor, dentro de Pernambuco”, diz a presidente da Fundarpe, Márcia Souto.
As outras linguagens são contempladas pelo edital geral do Funcultura. A divisão dos valores se dá da seguinte forma: Dança (R$ 1.904 milhões), Circo (R$ 1.220 milhões), Teatro (R$ 2.130 milhões), Ópera (R$ 437 mil), Fotografia (R$ 1.330 milhões), Literatura (R$ 1.228 milhões), Artes Plásticas, artes gráficas e congêneres (R$ 1.796 milhões), Cultura Popular e tradicional (R$2.392 milhões), Artesanato (R$ 850 mil), Patrimônio (R$ 3 milhões), Artes Integradas (R$ 445 mil), Gastronomia (R$ 486 mil) e Design e Moda (R$ 420 mil).
Os projetos de formação, atendendo aos critérios gerais de promoção da inclusão, devem contemplar pelo menos 50% do público-alvo entre estudantes da rede pública de ensino. O período para inscrição nos editais gerais é de 1 a 29 de março. Em processo, o sistema de informatização de cadastro de novos produtores - apenas produtores cadastrados podem se inscrever no Funcultura - ainda não tem previsão de começar a operar.