Argentina punirá bancos e agentes financeiros que especulem com a moeda

Presidente Cristina Kirchner denunciou as pressões provenientes do setor financeiro, industrial e agropecuário que propiciam uma desvalorização da moeda
Da AFP
Publicado em 01/10/2014 às 12:45
Presidente Cristina Kirchner denunciou as pressões provenientes do setor financeiro, industrial e agropecuário que propiciam uma desvalorização da moeda Foto: Foto: JUAN MABROMATA / AFP


A Argentina advertiu nesta quarta-feira que sancionará as operações financeiras especulativas que atentem contra sua moeda e ameaçou com o rompimento das licenças de bancos e corretores da bolsa que participarem dessas manobras, em meio a uma economia em recuo e com escassez de divisas.

"Muitas operações e transações na bolsa têm a clara intenção de estabelecer uma aumento na diferença entre o peso e o dólar", afirmou o chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, em sua habitual coletiva de imprensa.

A presidente Cristina Kirchner denunciou na terça-feira em um duro discurso em cadeia nacional as pressões provenientes do setor financeiro, industrial e agropecuário que propiciam uma desvalorização da moeda.

Em meio a uma economia atingida por sinais de recessão e pela escassez de dólares, a diferença entre o dólar oficial (8,44 pesos o dólar) e o paralelo (15,70) atualmente se encontra em torno de 80%.

"Estão pressionando para que haja uma desvalorização e liquidar os os contratos de trabalho (30% de ajuste anual de salários) conquistados (pelos sindicatos)", ressaltou Kirchner em seu discurso.

Também acusou as entidades financeiras e bancárias por supostamente usar "informação privilegiada" por ter vendido dólares dias antes de o governo ordenar aos bancos que reduzissem seus estoques de moeda estrangeira.

Capitanich afirmou que mandatária "deu instruções ao ministério da Economia para efetuar as denúncias correspondentes".

Nesse sentido advertiu que as sanções aos especuladores financeiros "podem ser claras e contundentes", incluindo cassação de licenças para operar estas transações.

"Se há um infração pena no câmbio, a justiça deve atuar", disse o chefe de Gabinete.

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