A economia das 18 nações que tem o euro como moeda única, a chamada zona do euro, cresceu 0,2% de julho a setembro, de acordo com dados da Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia (UE). Entre os 28 países-membros do bloco econômico, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi 0,3%.
Os números são melhores do que os apresentados no trimestre anterior, quando a zona do euro cresceu 0,1% e a União Europeia, 0,2%. Mas os dados foram avaliados com cautela pela Comissão Europeia. Em entrevista, a porta-voz Mina Andreeva disse que a recuperação está em andamento, mas ainda é “lenta e frágil”. Ela acrescentou que “não há lugar para complacência.
“Para fortalecer a recuperação ainda precisamos de políticas decisivas em três frentes: políticas fiscais favoráveis ao crescimento, reformas estruturais ambiciosas e o uso de todas as ferramentas disponíveis para impulsionar os investimentos na Europa”, explicou Mina Andreeva.
O crescimento da zona do euro está 2% abaixo do nível no início de 2008. O analista inglês Joe Rundle, da ETX Capital, acha que há risco de desaceleração até o fim do ano e que a região pode estar passando por uma década perdida, como o Japão, na década de 80. “A zona do euro tem problemas estruturais reais e uma de suas principais forças, a Alemanha, está enfrentando problemas no momento”, observou.
A Alemanha, que apresentou retração de 0,1% na economia, no segundo semestre, escapou por pouco da recessão. Apesar das sanções impostas à Rússia por causa do conflito com a Ucrânia, que afetaram consideravelmente a economia alemã, o país conseguiu crescimento de 0,1% no terceiro trimestre.
A França cresceu pela primeira vez este ano, 0,3%. Já a Itália, que segue em recessão, regrediu 0,1%, o décimo terceiro trimestre sem nenhum crescimento.
Um dos países mais afetados pela crise econômica de 2008, a Grécia manteve tendência de recuperação apresentada já nos dois primeiros trimestres de 2014. Cresceu 0,7% de julho a setembro, em comparação ao trimestre anterior, que já tinha sido positivo (0,3% de crescimento). Analistas gregos comemoram os números e acreditam que é o início de um processo de retomada. “A economia está se estabilizando e isso é o início de um processo de crescimento”, disse Nikos Kafkas, analista da Merit Seguros.