O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje (22) que o salário mínimo vai aumentar 15% a partir de fevereiro, reajuste que será aplicado também às pensões.
"No ano passado, fizemos três aumentos, com o subsídio de alimentação incluído. Este ano, vamos começar com um primeiro aumento, a partir de 1º de fevereiro, de 15% do salário mínimo dos trabalhadores venezuelanos e de todas as pensões", disse.
Nicolás Maduro falou no Parlamento, durante a sessão anual de apresentação de "memória e contas" do chefe de Estado. Ele destacou que "tem havido um ataque, uma inflação induzida" e que o Executivo tem a obrigação de cuidar do emprego, dos investimentos e dos rendimentos da população.
Com o novo aumento, os venezuelanos vão passar a receber mensalmente 5.633,97 bolívares, que equivalem a 770 euros, no país onde vigoram três taxas de câmbio oficiais, 6,30, 12 e 52,1 bolívares por cada dólar norte-americano, aplicadas a alimentos e importações prioritárias, turismo e outras importações, respectivamente, e onde um café custa 40 bolívares (5,47 euros).
Maduro anunciou que o seu governo continuará a usar um sistema de controle cambial de "três mercados" (três taxas), mantendo a taxa preferencial de 6,30 bolívares para a importação de alimentos, um "sistema de leilões" que unificará as outras duas taxas atuais e um novo sistema de casas de câmbio, do qual participará o setor privado.
O presidente admitiu que os preços internacionais do petróleo "não vão voltar aos 100 dólares por barril" e pediu que seja discutido um eventual aumento do preço da gasolina, que é atualmente 0,012 euros o litro na Venezuela.
"É um preço que não cobre praticamente nada (…) pagamos para que deitem (gasolina) nos tanques dos carros mas, nem cobre o mínimo", disse, lembrando que o aumento do preço do combustível é um tema delicado que não permite tomar decisões aceleradas.