O índice de preços na zona do euro repetiu em janeiro o mínimo histórico alcançado em julho de 2009 ao registrar uma contração de 0,6%, o que confirma a aceleração da deflação e justifica, segundo analistas, que o Banco Central Europeu (BCE) tenha decidido injetar mais dinheiro no circuito financeiro.
Os preços caíram 0,6% em janeiro, arrastados pela queda das tarifas de energia, segundo uma primeira estimativa da agência europeia de estatísticas Eurostat publicada nesta sexta-feira.
Em dezembro, a zona do euro, que em janeiro acrescentou a Lituânia ao grupo (seu 19º membro), havia registrado uma evolução de preços negativa, de -0,2%, pela primeira vez desde outubro de 2009.
O cenário se repete e se acentua pelo segundo mês consecutivo.
A cifra para janeiro é a mais baixa da história da moeda única europeia. Os preços já alcançaram este nível de contração em julho de 2009.
Esta contração foi maior que as estimativas dos economistas.
A deflação, um fenômeno de queda prolongada e generalizada dos preços e salários que desestimula o consumo e a atividade, constitui um golpe para a zona do euro, que busca desesperadamente retomar seu crescimento econômico.
Para dissipar este perigo e relançar tanto a inflação quanto o crescimento, o BCE usou de artilharia pesada em 22 de janeiro e injetou montanhas de liquidez no sistema econômico, as compras de dívida, versão moderna da impressão de dinheiro.
No total, a instituição se prepara para injetar 1,14 trilhão de euros no circuito financeiro.
Alguns analistas, no entanto, acreditam que o programa do BCE não mudará radicalmente a inflação na zona do euro.
Por outro lado, o desemprego na zona do euro caiu em dezembro um décimo, a 11,4%, o menor nível baixo desde agosto de 2012, informou a Eurostat.
Segundo estes números, o Eurostat estima que 18,129 milhões de pessoas estavam desempregadas em dezembro na zona do euro, composta por 18 países, 157.000 a menos que em novembro e 693.000 a menos que um ano atrás.
No conjunto da União Europeia (UE), de 28 países, o desemprego também caiu um décimo em relação a novembro, a 9,9%, e em relação a dezembro de 2013 caiu sete décimos.
Isso significa que há 24,056 milhões de pessoas desempregadas, 228.000 a menos que em novembro e 1,71 milhão a menos que em dezembro de 2013.
Em seu conjunto a zona do euro registrou que 23% dos jovens não tinham emprego em dezembro, ou seja, 3,289 milhões, e na UE eram 21,4%, 4,96 milhões.