A recém-designada representante grega no Fundo Monetário Internacional (FMI), Elena Panariti, renunciou hoje (1º) ao cargo após receber várias críticas de representantes do Syriza – coligação da esquerda radical – com o argumento dela ter sido uma defensora das políticas de austeridade no parlamento.
Antiga deputada do Movimento Socialista Pan-Helénico (Pasok), de tendência social-democrata e que formou um governo de coligação com os conservadores entre 2012 e 2015, Elena divulgou uma carta onde afirma não estar em condições para aceitar a nomeação “devido às reações negativas dos deputados e membros do Syriza”.
Na sua carta, ela agradece o apoio do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que a incluiu na sua equipe ministerial e a designou para o cargo. Ele Syriza também citou o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que aceitou a sugestão de indicá-la ao cargo.
“Nunca pedi para ocupar esta posição e apenas a aceitei para ajudar o governo com a minha experiência sobre o funcionamento do FMI (e organizações similares), mas torna-se impossível aceitar a nomeação devido às reações negativas de deputados e membros do Syriza”, justifica a economista.
A Comissão Europeia, por sua vez, disse que este é um “momento de unidade" e de "propostas concretas”, depois de o primeiro-ministro grego ter referido as "propostas absurdas" apresentadas pelas instituições com quem a Grécia negocia ajuda financeira.
Num artigo publicado este fim de semana no diário francês Le Monde, Alexis Tsipras assegurou que a falta de acordo não é por culpa da Grécia, mas da "insistência de alguns atores institucionais em submeterem propostas absurdas, mostrando uma total indiferença para com a recente escolha democrática do povo grego".
“O que importa, mais do que opiniões são propostas concretas. É para isto que as instituições estão trabalhando com as autoridades gregas”, respondeu a porta-voz da Comissão Europeia (CE), Mina Andreeva.
A representante da CE afirmou que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, está também trabalhando nessa negociação como "mediador para superar qualquer diferença". Ela acrescentou que "agora é momento de unidade”.
Há mais de quatro meses que o Grupo de Bruxelas – que reúne a Comissão Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu, além de autoridades gregas – discute as reformas a serem adotadas por Atenas em troca da liberação de 7,2 mil milhões de euros.