Incentivo fez indústria argentina 'descolar' da brasileira, diz Cristina

A produção industrial argentina recuou 1,2% no primeiro semestre deste ano
Da Folhapress
Publicado em 03/09/2015 às 8:29
A produção industrial argentina recuou 1,2% no primeiro semestre deste ano. Foto: Foto: Silvina Frydlewsky/Ministério de Cultura da Argentina


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, atribuiu aos programas de incentivo ao consumo o que chamou de "descolamento" da indústria argentina em relação à atividade nas fábricas brasileiras.

Segundo números apresentados pela presidente na noite desta quarta-feira (2), a produção industrial argentina recuou 1,2% no primeiro semestre deste ano, enquanto a brasileira registrou uma queda de 8,3%.

O Brasil é o principal mercado dos produtos industriais argentinos, responsável por quase a metade da pauta exportadora do país. O principal intercâmbio ocorre no setor automotivo, no qual as montadoras dos dois países tentaram integrar a produção.

Neste ano, as vendas externas de manufaturados da Argentina recuaram 18%, segundo o Indec. Para o Mercosul, a queda foi ainda maior: 25%. A recessão brasileira é a principal responsável por esse resultado.

"O que acontece no nosso principal sócio [Brasil] nos afetaria muito mais sem essas políticas [de incentivo ao consumo], por isso elas são importantes e devem continuar", defendeu.

ISOLAMENTO

Cristina deixa a Presidência da Argentina em dezembro deste ano, sob críticas de que isolou o país do mercado internacional, com o cerceamento de importações e resistência ao pagamento de credores externos.

Durante jantar em comemoração do Dia da Indústria, a presidente discursou ao lado do candidato da situação que tentará sucedê-la na eleição de outubro, Daniel Scioli. Ele é o favorito na disputa eleitoral.

Para se proteger da crise que abate o parceiro comercial, Cristina sugeriu que a Argentina dobre a aposta no isolamento: além de substituir as importações, passe a substituir também as exportações.

"Além de substituir as importações, vamos ter que substituir as exportações. Ou seja, vender no mercado interno o que não se pode vender no exterior", afirmou.

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