A China, segunda maior economia do mundo, tem o desafio de reativar sua economia com base em novo modelo, que privilegia o consumo interno e não mais a manufatura, que foi seu motor durante a última década, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A China, cujas decisões na área econômica influenciam todo o planeta, "tem o delicado equilíbrio de passar a um crescimento mais alimentado pelo consumo, sem que a atividade registre forte desaceleração, reduzindo ao mesmo tempo as vulnerabilidades financeiras", afirma o FMI em seu relatório sobre a estabilidade financeira mundial, divulgado em Lima, que recebe a reunião anual do Fundo.
A China, que agora é o principal importador de metais do mundo, manteve índices de crescimento elevados entre 2000 e 2011. À medida que os preços das matérias-primas aumentava, os países exportadores investiram muito em capacidade, estimulando o crescimento interno, recorda o FMI.
Mas, recentemente, as metas das autoridades chinesas passaram a manter índices mais modestos de crescimento, à medida que o país tenta voltar a equilibrar sua economia, estimulada anteriormente pela exportação e o investimento, para um modelo mais voltado para o consumo, incluindo os serviços.
A China, que não consegue conter a desaceleração econômica, vai crescer 6,8% em 2015 e 6,3% em 2016, índices que, apesar de elevados, representariam o pior desempenho do país em 25 anos.
A menor demanda de matérias-primas afetou o preço dos produtos e derrubou os países exportadores, incluindo a América Latina, que deve registrar contração de 0,3% em 2015, segundo estimativas do FMI.
"O que acontecer na China vai afetar todo o planeta", disse o economista chefe do FMI, Maurice Obstfeld, e os emergentes "ficarão em problemas".