O dólar fechou em queda nesta terça-feira (27) em dia de baixo volume de negócios e com o mercado à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), na próxima sessão.
O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuou 0,58%, para R$ 3,896 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, ficou praticamente estável, com leve valorização de 0,04%, para R$ 3,908.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía somente em relação a duas -além do real, o peso mexicano. Sobre as dez divisas mais importantes do globo, o dólar se fortaleceu sobre oito. As exceções foram o iene e a coroa sueca.
Dados mistos sobre a economia americana voltaram a levantar dúvidas sobre o momento em que o Fed deverá começar a subir os juros nos EUA. Embora o mercado espere um aumento apenas em 2016, membros do BC americano não descartam a possibilidade de alta ainda neste ano.
Uma elevação dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano mais atraentes do que aplicações em países emergentes, que possuem risco maior. A medida provocaria uma fuga de recursos desses mercados e, com isso, encareceria a cotação do dólar.
Foi divulgado nesta sessão que a confiança do consumidor nos EUA atingiu 97,6 pontos em outubro, contra estimativas em torno de 102 pontos. Por outro lado, o número de encomendas de bens duráveis à indústria americana recuou menos que o previsto no mês passado, em 1,2%, ante expectativa de queda de 1,5%.
Internamente, o mercado seguiu cauteloso em relação ao quadro fiscal do governo brasileiro. Com a resistência no Congresso à criação de um novo imposto, o governo federal já não conta com a possibilidade de aprovar ainda neste ano a nova CPMF e avalia estendê-la também para financiar a saúde.
No meio da tarde, o dólar comercial atenuou a queda sobre o real com a notícia de que o governo brasileiro abandonou sua meta de fechar 2015 com superavit de R$ 5,8 bilhões e informou ao Congresso que sua nova previsão é encerrar o ano com um deficit primário de R$ 51,8 bilhões nas contas da União, o equivalente a 0,9% do PIB. A moeda, porém, voltou a cair em seguida.
O alívio no câmbio ajudou as taxas dos contratos de juros futuros a cair na BM&FBovespa, mas elas continuam em níveis considerados altos. O DI para janeiro de 2016 recuou de 14,260% para 14,250%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,730%, ante 15,920% na sessão anterior.
AÇÕES EM QUEDA
No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o mau humor externo e fechou no vermelho. O Ibovespa teve desvalorização de 0,35%, para 47.042 pontos. No exterior, os mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos recuaram.
A queda do Ibovespa foi influenciada pela perda de 2,58% das ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) da mineradora Vale, para R$ 13,98 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, cederam 4,65%, para 17,03.
No mesmo sentido, a Petrobras viu sua ação preferencial cair 3,18%, para R$ 7,60. A ordinária teve desvalorização de 3,85%, a R$ 9,24. O banco Itaú também caiu e ajudou a empurrar o Ibovespa para baixo. Este é o papel com maior peso dentro do índice, e recuou 0,56% na sessão.
Em sentido oposto, as ações da Embraer lideraram as altas do Ibovespa, com ganho de 4,78%, para R$ 27,85. A fabricante de aeronaves reportou seu balanço financeiro no terceiro trimestre com números que agradaram ao mercado.