O dólar opera em queda nesta terça-feira (27) em dia de baixo volume de negócios e com o mercado à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), na próxima sessão.
Às 13h50 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,26%, para R$ 3,896 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,53%, para R$ 3,898.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía somente em relação a duas -além do real, o yuan chinês. Sobre as dez divisas mais importantes do globo, o dólar se fortalecia sobre sete. As exceções eram o iene, o dólar neo-zelandês e a coroa sueca.
Dados mistos sobre a economia americana voltaram a levantar dúvidas sobre o momento em que o Fed deverá começar a subir os juros nos EUA. Embora o mercado espere um aumento apenas em 2016, membros do BC americano não descartam a possibilidade de alta ainda neste ano.
Uma elevação dos juros nos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano mais atraentes do que aplicações em países emergentes, que possuem risco maior. A medida provocaria uma fuga de recursos desses mercados e, com isso, encareceria a cotação do dólar.
Foi divulgado nesta sessão que a confiança do consumidor nos EUA atingiu 97,6 pontos em outubro, contra estimativas em torno de 102 pontos. Por outro lado, o número de encomendas de bens duráveis à indústria americana recuou menos que o previsto no mês passado, em 1,2%, ante expectativa de queda de 1,5%.
Internamente, o mercado segue cauteloso em relação ao quadro fiscal do governo brasileiro. Com a resistência no Congresso à criação de um novo imposto, o governo federal já não conta com a possibilidade de aprovar ainda neste ano a nova CPMF e avalia estendê-la também para financiar a saúde.
O alívio no câmbio ajudava as taxas dos contratos de juros futuros a cair na BM&FBovespa nesta tarde, mas elas continuam em níveis considerados altos. O DI para janeiro de 2016 recuava de 14,260% para 14,242% às 13h50, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,730%, ante 15,920% na sessão anterior.
AÇÕES EM QUEDA
No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira acompanhava o mau humor externo e operava no vermelho. O Ibovespa tinha desvalorização de 0,60% às 13h50, para 46.927 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,3 bilhões. No exterior, os mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos recuavam.
A queda do Ibovespa era influenciada pela perda de 2,85% das ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) da mineradora Vale, para R$ 13,94 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, cediam 3,91%, para 17,16.
No mesmo sentido, a Petrobras via sua ação preferencial cair 3,18%, para R$ 7,60. A ordinária tinha desvalorização de 3,53%, a R$ 9,27. Os bancos também operavam em baixa e ajudavam a empurrar o Ibovespa para baixo. Este é o setor com maior peso dentro do índice. O Itaú e o Bradesco recuavam mais de 0,5%.
Em sentido oposto, as ações da Embraer lideravam as altas do Ibovespa, com ganho de 4,10%, para R$ 27,67. A fabricante de aeronaves reportou seu balanço financeiro no terceiro trimestre com números que agradaram ao mercado.