A disputa pela formação da ptax -taxa média de câmbio calculada diariamente pelo Banco Central, cujo valor no último dia útil de cada mês serve como referência para contratos no mercado financeiro- gera instabilidade no câmbio nesta sexta-feira (30).
Às 12h45 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,55%, para R$ 3,844 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,36%, para R$ 3,842.
Apesar do recuo na sessão, o dólar caminhava para fecha o mês com queda acumulada em torno de 2%. Se o cenário não mudar até o fechamento do mercado, será o primeiro mês de baixa da moeda americana sobre o real desde junho, quando caiu 2,29%.
A queda do dólar no dia acompanhava o cenário externo: a moeda caía sobre 19 das 24 principais divisas emergentes do mundo. O dólar também tinha desvalorização em relação a todas as dez moedas mais importantes do globo, entre elas o euro, o iene, a libra e o franco suíço.
Também influencia na baixa o anúncio de continuidade das intervenções do Banco Central do Brasil no mercado. A autoridade confirmou para a semana que vem o início da rolagem dos swaps cambiais -operação equivalente à venda futura de dólares- para estender o prazo de contratos que vencem em dezembro. O lote total representa US$ 10,905 bilhões.
A avaliação de analistas, porém, é que a cotação do dólar continua pressionada no médio prazo pela possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos em dezembro de 2015.
Os sinais emitidos por membros do Federal Reserve (banco central americano) sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar.
Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco.
No mercado brasileiro de juros futuros, as taxas dos contratos operam com sinais opostos na BM&FBovespa nesta sexta-feira, mas se mantêm em níveis considerados altos. O DI para janeiro de 2016 subia de 14,240% para 14,259%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,910%, ante 15,950% na sessão anterior.