A Volkswagen, afetada pelo escândalo dos motores diesel fraudados, investirá 1 bilhão de euros a menos em 2016 com relação aos anos anteriores, anunciou nesta sexta-feira (20) o presidente da fabricante de automóveis alemã, Matthias Müller.
"Para 2016, vamos investir 12 bilhões de euros no máximo. É cerca de 1 bilhão a menos que a média dos anos passados", agregou Müller numa coletiva de imprensa, após uma reunião do conselho de administração do grupo.
"Vamos examinar minuciosamente todos nossos investimentos e todos nossos gastos. Tudo o que não for imperativamente necessário será anulado ou adiado" afirmou.
O Centro de design de Wolfsburg (norte da Alemanha) em projeto "será construído um pouco mais tarde", enquanto o lançamento da próxima geração de carros Phaeton, em uma versão totalmente elétrica, também será adiado", afirmou Müller.
A Volkswagen confirmou nesta quinta-feira que adiou "por dois ou três anos", um grande projeto de investimento em uma de suas joint ventures na China.
E o novo presidente, que assumiu o cargo após a renúncia de Martin Winterkorn, já anunciou que a gigante vai reavaliar seus 300 modelos em termos de sua rentabilidade.
"O que não vamos com certeza fazer é prejudicarmos nosso futuro", alertou Müller.
A Volkswagen alocará 100 milhões de euros a mais do que o esperado para motores híbridos e elétricos, disse.
O gigante de 12 marcas, envolvido desde meados de setembro num retumbante escândalo de fraude às normas anti-poluição para os óxidos de nitrogênio de mais de 11 milhões de veículos a diesel, informou na última terça-feira sobre novas "irregularidades" sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) de 800.000 carros, um número ainda "provisório" de acordo com o fabricante, e que inclui, desta vez, ao menos 98.000 veículos a gasolina.