Consórcio imobiliário cresce 47% no País

Dificuldade do acesso ao crédito aumentou interesse dos compradores
Luiza Freitas
Publicado em 29/11/2015 às 8:21
Dificuldade do acesso ao crédito aumentou interesse dos compradores Foto: Foto: Hélia Shepa/ JC Imagem


Desde o início deste ano compradores viram o crédito imobiliário ficar cada vez mais inacessível. A dificuldade de levantar fundos para adquirir um bem essencial acabou impulsionando o crescimento de outro meio de adquirir recursos para a compra da casa própria. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), a venda de novas cotas de consórcio cresceu 47% em todo o País de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período de 2014. Como toda forma de compra a prazo, o consórcio tem vantagens e desvantagens, mas, principalmente, exige disciplina por parte de quem o contrata.

Até o nono mês deste ano, já eram 798 mil brasileiros participantes de consórcios em 2015. Segundo o presidente regional da Abac para o Nordeste, Rodrigo Freire, o recurso apresenta um crescimento ainda maior no Nordeste. “É uma questão cultural. O nordestino tem um histórico de dificuldade de acesso ao crédito, o que fez com que aqui as pessoas recorressem ao consócio há mais tempo”, acredita Freire. 

Segundo uma percepção dele sobre o mercado – que não foi detalhada na pesquisa realizada pela Abac – o aumento da contratação de consórcios imobiliários na região foi de 52% entre janeiro e setembro. “Os consórcios mais baratos são mais comuns, como o de carros e motos, mas também está crescendo no setor imobiliário”, analisa o presidente da Abac para o Nordeste. Ele destaca que, além da restrição ao crédito, a virada na economia neste ano impôs aos compradores um comportamento mais consciente e planejado. “Quando as coisas estão mais fáceis a compra é mais emotiva”, resume.

Pagar menos encargos é, para o consultor financeiro e professor da Faculdade dos Guararapes Roberto Ferreira, a maior vantagem na contratação de um consórcio. “No financiamento, a pessoa paga, além dos juros, seguro material, seguro de vida e taxa de administração. No caso do consórcio, só são cobradas a taxa de administração e a de reserva”, explica o professor. “Em contrapartida, a pessoa que recorre ao financiamento vai ficar dependendo do sorteio ou do lance.”

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