O cenário internacional favorável aos países emergentes e exportadores de commodities foi determinante para a queda expressiva do dólar nesta terça-feira (1º). A moeda americana negociada no mercado à vista terminou o dia cotada a R$ 3,9441, com recuo de 1,36% frente ao real. Especulações sobre a possibilidade de o Banco Central realizar leilões de linha contribuíram para reforçar a tendência.
O dólar chegou a ensaiar uma alta pela manhã, influenciado pelo fluxo negativo de recursos e pela volatilidade dos preços do petróleo. Na máxima registrada no dia, a cotação chegou a R$ 4,0180 (+0,49%). A baixa veio no final da manhã e ganhou força no início da tarde, com a virada dos preços do petróleo para o terreno positivo.
A alta da commodity foi garantida depois que o ministro de energia da Rússia, Alexander Novak, afirmou que um "número suficiente" de países produtores concordou em congelar a produção da commodity. Segundo ele, uma decisão final seria tomada no final deste mês e seria eficaz mesmo sem o envolvimento do Irã.
Os mercados emergentes também foram beneficiados pela expectativa de adoção de novos estímulos monetários na China. Ontem, o banco central chinês (PBoC) anunciou uma nova redução nos compulsórios bancários, de 0,50 ponto porcentual, como forma de incentivar o crédito. As notícias positivas aumentaram o apetite por risco e levaram a uma alta praticamente generalizada das moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil.
Ao mesmo tempo, as mesas de câmbio passaram a especular sobre a possibilidade de o Banco Central vir a promover leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), como forma de atender a um demanda específica. O BC promoveu dois leilões de linha ontem, com oferta de até US$ 2 bilhões, mas para rolagem dos vencimentos de março. Consultada hoje, a assessoria de imprensa do BC disse que a instituição não poderia comentar o assunto porque sua diretoria já estava na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).