Saída de dólares supera entrada em US$ 6,825 bi no ano até o dia 4 de março

A retirada de dólares pelo canal financeiro neste ano até o dia 4 de março foi de US$ 11,395 bilhões
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 09/03/2016 às 16:30
A retirada de dólares pelo canal financeiro neste ano até o dia 4 de março foi de US$ 11,395 bilhões Foto: Foto: Marcos SantosUSP Imagens


O fluxo cambial do ano até o dia 4 de março ficou no vermelho em US$ 6,825 bilhões ante saldo negativo de US$ 4,570 bilhões visto até uma semana antes, conforme divulgou o Banco Central nesta quarta-feira (9). Em igual período do ano passado, as entradas superaram os envios em US$ 5,120 bilhões. No início de 2015, os investidores estavam animados com a nova composição da equipe econômica, liderada pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A retirada de dólares pelo canal financeiro neste ano até o dia 4 de março foi de US$ 11,395 bilhões. Esse resultado no ano é fruto de entradas no valor de US$ 67,356 bilhões e de envios no total de US$ 78,751 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

Já no comércio exterior, o saldo anual acumulado ficou positivo em US$ 4,570 bilhões até o mesmo dia, com importações de US$ 21,379 bilhões e exportações de US$ 25,949 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 4,417 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 7,898 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 13,634 bilhões em outras entradas. 

 

Fevereiro

Depois de registrar entradas líquidas de US$ 1,475 bilhão em janeiro, o fluxo cambial brasileiro voltou para o terreno negativo no segundo mês de 2016, com remessas US$ 9,294 bilhões maiores do que as entradas. Esta é a maior saída mensal desde dezembro de 2014, quando os envios líquidos somaram US$ 14,050 bilhões. Também é a maior remessa líquida para o mês desde que o Banco Central começou a colher os dados válidos até hoje, em janeiro de 1982, há 34 anos. 

Vale destacar, no entanto, que no último mês de todos os anos é comum verificar saídas maiores do que entradas de dólares no País por causa do movimento típico de envio de lucros e dividendos de empresas instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior. O resultado de fevereiro, portanto, é totalmente atípico, e justifica o anúncio de leilões de linha com recursos novos marcados para hoje no valor de US$ 2 bilhões. Ainda segundo dados do Banco Central divulgados há pouco, o resultado dos primeiros quatro dias úteis de março ficou positivo em US$ 994 milhões.

O envio de dólares pelo canal financeiro no mês passado foi de US$ 11,231 bilhões, resultado de entradas no valor de US$ 28,566 bilhões e de saídas no total de US$ 39,797 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. No caso do início deste mês, houve uma inversão da tendência vista nas últimas semanas: o fluxo financeiro ficou no azul em US$ 1,715 bilhão, com ingressos de US$ 10,805 bilhões e saídas de US$ 9,090 bilhões. 

Já no comércio exterior, o saldo de fevereiro ficou positivo em US$ 1,936 bilhão, com importações de US$ 9,155 bilhões e exportações de US$ 11,092 bilhões. Nas exportações do mês passado, estão incluídos US$ 1,997 bilhão em ACC, US$ 3,229 bilhões em PA e US$ 5,865 bilhões em outras entradas. Nos primeiros quatro dias de março, o canal comercial foi responsável pela saída de US$ 721 milhões, com as importações de US$ 2,578 bilhões e exportações de US$ 1,857 bilhão. Nestes dias, o ACC foi de US$ 406 milhões, o PA de US$ 495 milhões e outras entradas de US$ 956 milhões. 

 

Semana

O fluxo cambial dos dias 29 de fevereiro a 4 de março ficou negativo em US$ 2,255 bilhões, conforme o Banco Central. Vale lembrar que uma semana antes, o total de retiradas ultrapassou o de aplicações em US$ 4,884 bilhões.

A retirada de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 1,902 bilhão no período, resultado de entradas no valor de US$ 12,040 bilhões e de envios no total de US$ 13,942 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

Já no comércio exterior, o saldo ficou negativo em US$ 353 milhões no período, com importações de US$ 2,899 bilhões e exportações de US$ 2,546 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 570 milhões em ACC, US$ 592 milhões em PA e US$ 1,384 bilhão em outras entradas.

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