O dólar fechou em baixa de 0,15% nesta quarta-feira (13), cotado a R$ 3,4858, mesmo após o Banco Central promover cinco leilões de contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra de dólares. O cenário político continuou a guiar os negócios no mercado de câmbio, que reduz posições em moeda estrangeira apostando no crescimento das chances de avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A dois dias do início da sessão de votação do impedimento no plenário da Câmara, os investidores continuaram a acompanhar o placar de intenção de voto dos deputados. Além disso, contabilizam cada notícia que possa indicar enfraquecimento do governo. Depois da saída do PP da base governista, ontem, nesta quarta o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que é ligado à legenda, entregou sua carta de demissão. É esperado ainda para hoje o anúncio do PSD sobre a permanência ou não na base de apoio.
Um dos principais destaques do dia no cenário político foi uma entrevista da presidente a colunistas em Brasília. Indagada se participaria de um pacto político em caso de derrota, Dilma disse que, nesse cenário, ela seria "carta fora do baralho". A frase foi interpretada sobretudo como uma primeira admissão da possibilidade de impeachment.
O fato contribuiu para a queda do dólar à tarde. Pela manhã, a moeda havia chegado a subir até a máxima de R$ 3,5609 (+2%), ante a expectativa de novos leilões de swap reverso. A alta não se sustentou e o dólar inverteu a tendência à tarde, a despeito da realização de novos leilões. No total, a autoridade monetária acabou por promover cinco operações, com as quais vendeu 105.000 contratos, equivalentes a US$ 5,250 bilhões. Apesar da ação agressiva do BC, o dólar continuou a cair.