O dólar teve sua segunda alta consecutiva ante o real nesta sexta-feira (13), segundo dia do governo Michel Temer. O movimento foi atribuído ao cenário internacional, onde a moeda americana também subiu, e à expectativa em torno de nomes e medidas a serem anunciados pelo novo governo - o que não se confirmou. O dólar à vista avançou 1,41%, cotado a R$ 3,5268, maior cotação alcançada no dia.
No início do dia, o viés positivo para o dólar era dado pelo exterior, com o petróleo em queda em Londres e em Nova York. Alguns exportadores aproveitaram as cotações elevadas para vender divisas, o que chegou a conduzir o dólar à vista para a mínima de R$ 3,4693 (-0,24%) ainda pela manhã. Mas rapidamente a moeda americana voltou a subir, mesmo porque os dados que saíram nos Estados Unidos foram positivos. As vendas no varejo americano subiram 1,3% em abril ante março, acima da previsão de +0,8%. Ao se excluir automóveis, houve avanço de 0,8%, acima do 0,1% esperado. Os números aumentaram as apostas de que os Estados Unidos podem subir juros.
No Brasil, o foco esteve voltado para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em entrevista na TV e, depois, à imprensa nacional e internacional em Brasília, ele voltou a citar a possibilidade de fixação de metas nominais para despesas e observou que a CPMF, se necessário, poderá voltar. Além disso, afirmou que anunciará na próxima segunda-feira mais nomes para compor a equipe econômica - entre eles, os presidentes dos bancos estatais, o titular do Tesouro Nacional e o presidente do Banco Central.
A principal ansiedade é quanto ao comando do BC. Questionado por jornalistas, ele não se comprometeu com a saída nem com a permanência de Alexandre Tombini na instituição. "Não estou dizendo se presidente do BC será ou não Tombini", afirmou. Neste cenário, o dólar à vista registrou algumas máximas à tarde e terminou no maior valor do dia.