BCE deve voltar a aceitar títulos da dívida da Grécia

A medida acontece após os ministros de finanças da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional chegarem a um acordo
Estadão Conteúdo
Publicado em 26/05/2016 às 13:35
A medida acontece após os ministros de finanças da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional chegarem a um acordo Foto: Foto: AFP


O Banco Central Europeu deve voltar a aceitar títulos da dívida do governo da Grécia como colateral em operações de liquidez nas próximas semanas. De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, isso pode acontecer antes da próxima reunião do BCE, nos dias 1º e 2 de junho. A medida permite que os bancos gregos acessem financiamento mais barato pelo Banco Central Europeu, em vez de dependerem apenas do Banco da Grécia, o que reduziria a pressão sobre o setor bancário do país e deve ajudar a recuperar a confiança.

A medida acontece após os ministros de finanças da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegarem a um acordo para a liberação de cerca de 10 bilhões de euros a Atenas, como parte do programa de resgate. Os bancos gregos dependem de fundos caros do banco central do país desde o início deste ano, quando o BCE deixou de aceitar bônus da dívida do governo grego, em meio a disputas entre Atenas e seus credores internacionais sobre medidas de austeridade.

A restrição pode ser retirada na próxima semana, mas depende de Atenas aceitar completamente as condições do resgate, disse a fonte. Caso contrário, a restrição deve ser mantida até a próxima reunião do BCE, em julho.

Ainda assim, os bônus da dívida da Grécia devem permanecer de fora do programa do BCE de compra de ativos, conhecido como relaxamento quantitativo, pelo menos até o segundo semestre. Além de estabelecer as diretrizes para a redução da dívida da Grécia, o programa de resgate também adiou o cronograma de ação para 2018, disse a fonte.

Michalis Sallas, presidente do banco Piraeus, o maior do país em termos de ativos, disse aos acionistas nesta quinta-feira que espera que a restrição seja revogada pelo BCE na próxima semana. "Isso vai ajudar e reduzir nossa dependência do ELA (fundo de emergência), aumentar a estabilidade e os depósitos", disse Sallas. Os bancos gregos podem se beneficiar de 150 milhões de euros por ano se o BCE restaurar o acesso às linhas de refinanciamento, apontou o Pantelakis Securities, em nota, na semana passada. 

 

 

 

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