Os juros futuros espelharam nesta terça-feira (26), a leitura da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, quando a Selic foi mantida em 14,25%. O documento consolidou a ideia de que a Selic não será reduzida no encontro do Comitê em agosto e, a depender das condições da economia, poderá começar a cair em outubro. Com isso, as taxas curtas e intermediárias subiram, enquanto as longas recuaram, dada a percepção de que, com a taxa básica no atual patamar por um tempo maior, a política monetária será capaz de trazer a inflação para a meta de 4,5%. O dólar em baixa, também influenciado pela ata do Copom, favoreceu ainda o recuo da parte longa da curva.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (178.735 contratos) fechou em 13,970%, de 13,940% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018 (125.035 contratos) subiu de 12,82% para 12,85%. O DI janeiro de 2021 (79.365 contratos) caiu de 12,11% para 12,04%.
A movimentação das taxas futuras foi maior na parte da manhã. À tarde, o mercado desacelerou o ritmo, tendo os vencimentos curtos reduzido o ímpeto de alta e os longos, de queda. Sem novidades no noticiário vespertino, profissionais nas mesas de renda fixa afirmam que o investidor já entrou no compasso de espera pela reunião de política monetária do Federal Reserve, amanhã.
Assim como no comunicado, a ata do Copom deixou claro que ainda não há espaço para corte da Selic. No penúltimo parágrafo do documento, que trouxe um novo formato, o colegiado conclui que, "tomados em conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária".
O Banco Central também alertou na ata para a necessidade de manter o compromisso com o ajuste das contas públicas, o que foi bem recebido pela equipe econômica. Um integrante do time do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a cobrança reforça a importância de o governo e o Congresso Nacional não "relaxarem" na aprovação do plano de ajuste fiscal, que inclui a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto do gasto neste ano e da reforma da Previdência em 2017.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou neste fim de tarde que a PEC poderá ser votada no plenário da Casa no início de outubro deste ano, logo após as eleições municipais.