Juros curtos sobem e longos caem com ajustes à ata do Copom

O dólar em baixa, também influenciado pela ata do Copom, favoreceu ainda o recuo da parte longa da curva
Estadão Conteúdo
Publicado em 26/07/2016 às 17:36
O dólar em baixa, também influenciado pela ata do Copom, favoreceu ainda o recuo da parte longa da curva Foto: Foto: USP Imagens


Os juros futuros espelharam nesta terça-feira (26), a leitura da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, quando a Selic foi mantida em 14,25%. O documento consolidou a ideia de que a Selic não será reduzida no encontro do Comitê em agosto e, a depender das condições da economia, poderá começar a cair em outubro. Com isso, as taxas curtas e intermediárias subiram, enquanto as longas recuaram, dada a percepção de que, com a taxa básica no atual patamar por um tempo maior, a política monetária será capaz de trazer a inflação para a meta de 4,5%. O dólar em baixa, também influenciado pela ata do Copom, favoreceu ainda o recuo da parte longa da curva.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (178.735 contratos) fechou em 13,970%, de 13,940% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018 (125.035 contratos) subiu de 12,82% para 12,85%. O DI janeiro de 2021 (79.365 contratos) caiu de 12,11% para 12,04%.

A movimentação das taxas futuras foi maior na parte da manhã. À tarde, o mercado desacelerou o ritmo, tendo os vencimentos curtos reduzido o ímpeto de alta e os longos, de queda. Sem novidades no noticiário vespertino, profissionais nas mesas de renda fixa afirmam que o investidor já entrou no compasso de espera pela reunião de política monetária do Federal Reserve, amanhã.

Assim como no comunicado, a ata do Copom deixou claro que ainda não há espaço para corte da Selic. No penúltimo parágrafo do documento, que trouxe um novo formato, o colegiado conclui que, "tomados em conjunto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária".

O Banco Central também alertou na ata para a necessidade de manter o compromisso com o ajuste das contas públicas, o que foi bem recebido pela equipe econômica. Um integrante do time do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a cobrança reforça a importância de o governo e o Congresso Nacional não "relaxarem" na aprovação do plano de ajuste fiscal, que inclui a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto do gasto neste ano e da reforma da Previdência em 2017.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou neste fim de tarde que a PEC poderá ser votada no plenário da Casa no início de outubro deste ano, logo após as eleições municipais.

TAGS
juros altos juros curtos taxas de juros
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory