A China rejeitou nesta sexta-feira (29) as acusações do presidente americano Donald Trump de que Pequim permitira a passagem de petróleo por via marítima para a Coreia do Norte, em violação às sanções da ONU.
"Fazer muito barulho sem razão através dos meios de comunicação não contribui para reforçar a confiança mútua e a cooperação", afirmou a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A porta-voz foi questionada sobre a mensagem de Trump no Twitter de que a China foi "pega em flagrante" vendendo petróleo para a Coreia do Norte.
Hua afirmou que a China, responsável por 90% do comércio exterior da Coreia do Norte, não autoriza seus cidadãos e empresas a violarem as resoluções das Nações Unidas.
A porta-voz chamou de "inexatas" as informações de que navios chineses teriam transferido petróleo a navios norte-coreanos.
Uma fonte do Departamento de Estado americano afirmou na quinta-feira que Washington tinha informações de que "certos navios se dedicavam a atividades proibidas pela ONU, incluindo o transbordo de produtos petroleiros refinados entre duas embarcações e o transporte de carvão procedente da Coreia do Norte".
"Temos provas de que alguns navios envolvidos nestas atividades pertencem a empresas de vários países, incluindo a China", afirmou a fonte.
"Pega em FLAGRANTE", escreveu o presidente americano na rede social Twitter. "Muito desapontado que a China permita a entrada de petróleo na Coreia do Norte", completou".
"Nunca existirá uma solução amistosa para o problema da Coreia do Norte se isto continuar acontecendo", advertiu.
Trump não ameaçou diretamente com ordens para bombardeios militares, embora nos últimos meses tenha prometido "destruir totalmente" a Coreia do Norte caso aconteça um primeiro ataque por parte do regime de Kim Jong-Un.
As acusações de Trump, no entanto, parecem ter sido corroboradas pela Coreia do Sul, que revelou nesta sexta-feira ter detido e inspecionado em novembro um navio de Hong Kong que transferia produtos petroleiros a um barco norte-coreano.
O anúncio da operação de controle foi feito um dia depois da ONU endurecido novamente as sanções contra o regime de Kim Jong-Un. O Conselho de Segurança vetou o acesso aos portos de todo o mundo a quatro navios norte-coreanos, suspeitos de transportar ou de ter transportado mercadorias proibidas, indicaram à AFP fontes diplomáticas.
De acordo com as fontes, as medidas afetariam os cargueiros "Ul Ji Bong 6", "Rung Ra 2", "Rye Song Gang 1" e "Sam Jong 2". Este último está envolvido na transação ilegal revelada nesta sexta-feira por Seul.