O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Brasil, nesta segunda-feira (1º), de tratar "injustamente" as empresas americanas, afirmando que o país é um dos mais difíceis do mundo para manter relações comerciais.
"É uma beleza. Eles cobram o que querem de nós. Se você perguntar nas empresas, vão dizer que o Brasil está entre os mais difíceis, talvez o mais difícil do mundo", disse Trump, durante uma coletiva de imprensa sobre o novo acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá para substituir o Nafta.
"Nós não chamamos eles [os brasileiros para participar de negociações comerciais] e dizemos: 'Vocês estão tratando nosso país injustamente'", acrescentou, do jardim da Casa Branca, falando sobre as tarifas cobradas pelo Brasil.
Trump contrapôs a situação das negociações comerciais com o Brasil com o caso da Índia - que, segundo ele, quer começar negociações comerciais com os EUA "imediatamente".
O governo brasileiro reagiu com prudência às declarações de Trump.
"Precisamos entender mais em detalhes qual o contexto e o teor das preocupações externadas pelos EUA", disse o secretário do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Abrão Árabe Neto.
"De maneira geral, temos uma relação comercial muito positiva com os Estados Unidos. É nosso segundo principal parceiro comercial, temos comércio com perfil muito complementar e estratégico de trocas comerciais. E observamos nos últimos anos um fortalecimento desse comércio", acrescentou.
Segundo o secretário, os Estados Unidos registraram um superávit de 90 bilhões de dólares no comércio bilateral de bens na última década, que chega a 250 bilhões caso sejam incluídos bens e serviços.
Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil depois da China.
O Brasil teve um superávit de US$ 2,026 bilhões de dólares em suas trocas comerciais com os Estados Unidos em 2017, com exportações de US$ 26,872 bilhões e importações de US$ 24,846 bilhões, de acordo com dados do MDIC.