Focus não vê nova alta da Selic até dezembro

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para a Selic no fim de 2014, no médio prazo, segue em 11% ao ano há oito semanas
Carolina Sá Leitão
Publicado em 18/08/2014 às 9:57


Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (18) preveem uma taxa Selic menor ao final do ano que vem do que o estimado na semana passada. De acordo com o boletim divulgado nesta segunda, a mediana das estimativas passou de 12,00% ao ano, nível que se encontrava há um mês, para 11,75% ao ano. Mesmo assim, a taxa encerrará 2015, de acordo com a pesquisa, mais alta do que o mercado espera para o final deste ano. 

Pela Focus, não houve alteração na mediana da projeção para a Selic no fim de 2014, que segue em 11,00% ao ano há 11 semanas. Vale destacar que este é o nível atual da taxa básica de juros da economia brasileira. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) para definir o rumo dos juros será nos dias 02 e 03 de setembro. 

A previsão para a Selic média em 2014 também segue há 11 semanas em 10,91% ao ano. Para 2015, porém, caiu de 11,78% ao ano para 11,67% ao ano, um mês antes essa taxa estava em 11,81% ao ano. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para a Selic no fim de 2014, no médio prazo, segue em 11% ao ano há oito semanas. Para 2015, a mediana está parada em 12,00% ao ano entre uma semana e outra - há quatro semanas a projeção era de 12,25% ao ano. 

IGP-DI

Os principais indicadores de inflação voltaram a registrar queda na pesquisa. A projeção para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2014 caiu de 3,98% para 3 89%. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) recuou de 4,05% para 3,98% do levantamento anterior para o atual. Quatro semanas atrás, o mercado previa para 2014 alta de 4,49% para o IGP-DI e de 5,01% para o IGP-M. 

Para 2015, a projeção para o IGP-DI permaneceu em 5,50%, como também estava um mês atrás. Já a previsão para o IGP-M no próximo ano foi ajustada de 5,60% para 5,59%. A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2014, caiu de 5,39% para 5,38%. Há um mês, a expectativa estava em 5,56% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo. Para 2015, a projeção também recuou, passando de 5,08% para 4,91%. Um mês antes a expectativa era de 5,13%.

Depois da rodada de alta na semana passada para os preços administrados, os economistas calibraram suas previsões agora. Para 2014, a mediana passou de 5,10% para 5,05%. Há quatro semanas estava em 5,00%. No caso de 2015, seguiu em 7,00%. Um mês antes, estava em 6,50%.

Déficit em conta corrente

Depois da melhora das expectativas, o mercado financeiro voltou a revisar para cima a previsão de déficit em transações correntes em 2014. A mediana das expectativas de saldo negativo em conta corrente para este ano passou de US$ 81,20 bilhões para US$ 81,65 bilhões. Um mês atrás, a mediana estava negativa em US$ 81,50 bilhões. 

Para 2015, a tendência também foi de piora: a previsão de déficit nas contas externas aumentou de US$ 75,00 bilhões para US$ 75,95 bilhões - quatro semanas antes a mediana estava negativa em US$ 74,10 bilhões. 

Para esses analistas, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir o rombo, já que a mediana das previsões para esse indicador de 2014 segue em US$ 60,00 bilhões há 19 semanas. Para 2015, a previsão mediana aumentou um pouco, de US$ 55,00 bilhões para US$ 56 bilhões, mas segue abaixo da estimativa para o déficit.

Na mesma pesquisa, os economistas mantiveram em US$ 2,00 bilhões a estimativa de superávit comercial em 2014 pela quarta semana seguida. Para 2015, a projeção voltou a recuar depois de ter aumentado na semana passada. De acordo com a Focus de hoje, a mediana passou de US$ 9,00 bilhões para US$ 8 bilhões. Há um mês no mesmo levantamento, estava em US$ 9,80 bilhões.

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