As vendas da indústria em volume de eletrodomésticos da linha branca fecharam o primeiro semestre deste ano 5% abaixo do patamar de 2013, informou nesta segunda-feira, 15, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula. Durante o lançamento da feira Eletrolarshow em São Paulo, o executivo informou, porém, que a indústria espera recuperação neste segmento.
Na avaliação de Kiçula, os estoques mais altos do varejo não foram favoráveis para as vendas do setor até junho, mas ele acredita que a tendência a partir da segunda metade do ano é mais positiva. "Até junho de fato a linha branca não estava bem em termos de giro de estoque, mas sei que o varejo já está tendo vendas melhores e a indústria está mais animada que no ano passado", comentou.
Kiçula ressaltou que na primeira metade do ano as vendas de linha branca foram prejudicadas pelo fato de o consumidor ter priorizado a compra de televisores em razão da Copa do Mundo. De acordo com a Eletros, a venda de TVs em numero de unidades cresceu 16% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. Kiçula destacou que o segmento de TVs vinha tendo um crescimento mais acelerado até maio e freou em junho. Ainda assim, a expectativa para a linha marrom é de manutenção do patamar de crescimento até o final do ano, disse.
Os números de vendas do varejo em junho e julho mostram redução nas vendas do mês na comparação com o ano anterior depois de uma aceleração até maio. De acordo com o IBGE, as vendas em volume de eletrodomésticos subiram 7,9% em maio ante igual período do ano anterior, mas caíram 1,8% e 9,6% em junho e julho, respectivamente, também na comparação com os mesmos meses de 2013.
Kiçula avaliou, porém, que os números revelam a desaceleração do varejo após a Copa, uma vez que as vendas, principalmente de TVs haviam sido antecipadas. Na avaliação dele, há sinais mais positivos nos meses seguintes. Ainda assim, ele ponderou que a inflação vem tendo um efeito negativo no consumo. "Toda vez que cresce a inflação e reduz a disponibilidade de renda é claro que todos nós pagamos", concluiu.