Brasil precisa urgente de reformas estruturais, diz FMI

FMI afirma que condições adversas, como inflação no topo da meta apontam para um limitado arsenal de medidas para estimular
Giovanna Torreão
Publicado em 07/10/2014 às 11:59


O Brasil e outros países da América Latina precisam enfrentar problemas estruturais, sob o risco de os níveis de investimento privado continuarem fracos e a atividade econômica desaquecida, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, o FMI afirma que condições adversas, como inflação no topo da meta e deterioração das contas externas em vários países da região, apontam para um limitado arsenal de medidas dos governos para estimular a atividade. Por isso, o relatório do Fundo fala da necessidade de reformas estruturais urgentes.

A política monetária de alguns bancos centrais da região também está em um dilema, destaca o relatório, sem citar nominalmente os países. A autoridade monetária precisa lidar com pressões inflacionárias persistentes ao mesmo tempo em que a atividade econômica está enfraquecida, destaca o FMI. A flexibilidade do câmbio permanece essencial para facilitar os ajustes externos.

Pelo lado fiscal, um aumento de gastos públicos é ainda mais complicado em países com deterioração das finanças públicas, afirma o FMI no relatório, sem citar nomes. "Alcançar as metas (fiscais) estabelecidas dentro do arcabouço fiscal existente por meio de medidas de alta qualidade é crítico para preservar a credibilidade destas ferramentas, evitando futura evasão fiscal" ressalta o documento.

Citando o Brasil, o FMI destaca que as empresas locais passaram a tomar mais empréstimos em moeda estrangeira e a fazer captações no exterior, aproveitando os juros baixos no primeiro mundo. Isso aumentou a exposição delas a riscos externos. Por isso, o relatório fala que deve ser uma prioridade elevar as taxas de poupança doméstica, incluindo por meio de finanças públicas mais fortes. O cenário externo tende a ficar menos favorável, por exemplo, com a elevação dos juros nos EUA, por isso a necessidade de monitorar o setor financeiro e os passivos das empresas, destaca o relatório.

Nas reformas estruturais, o FMI fala de medidas, no Brasil, para melhorar a educação no curto prazo, aumentar a produtividade e a competitividade, além de se criar um ambiente de negócios que estimule o investimento privado. "Sem tais reformas, o crescimento pode continuar a desapontar em comparação à alta expectativa criada na década passada e colocar em risco as importantes conquistas sociais da região", conclui o texto.

"O desafio dos governos é restabelecer a confiança dos agentes", afirma o economista-chefe do FMI, Olivier Blachard.

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