O varejo ampliado deve registrar queda de 1,39% nas vendas em 2014 ante 2013 segundo projeção do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia). O grupo de pesquisa revisou a projeção para o ano, que era de um crescimento em torno de 1,5% para o varejo, e agora prevê retração. "Houve uma piora no cenário", comentou o presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo.
O Provar aponta que a intenção de compra de bens duráveis na cidade de São Paulo no quarto trimestre de 2014 caiu para o pior nível em oito anos para este período. Segundo a pesquisa, 40,4% dos paulistanos pretendem adquirir um bem durável entre outubro e dezembro.
Entre os fatores que contribuem para a projeção negativa para as vendas no ano e baixa intenção de compras, Felisoni destacou a expectativa do consumidor de que deve haver piora no mercado de trabalho e a baixa disposição para tomada de crédito. Mesmo com menor uso de crediário, o Provar ainda acredita que deve haver piora na inadimplência.
Crediário
De acordo com a pesquisa, 63,4% dos consumidores paulistas têm intenção de usar crediário nos três meses finais deste ano, 9,9 pontos porcentuais abaixo do patamar do último trimestre de 2013. "Consideramos o patamar atual bastante baixo para um quarto trimestre", ressaltou Nuno Fouto, diretor de estudos e pesquisas do Provar.
Já a inadimplência, segundo a projeção do Provar, pode subir 0 7% na comparação com dezembro com os indicadores de agosto já apresentados pela Serasa. Felisoni considera que o histórico da inadimplência mostra que, apesar de alguns momentos de queda ao longo dos últimos anos, "há um aumento sistemático dos patamares de inadimplência".
A pesquisa de intenção de compra do Provar ainda indicou que o valor médio da expectativa de gasto do consumidor paulistano com bens duráveis é de R$ 1.950 no quarto trimestre, montante 23,7% inferior ao do terceiro trimestre de 2014. Na maior parte das categorias, a intenção de gastos caiu ante o ano passado: os únicos segmentos em que o consumidor deve gastar neste final do ano mais do que em 2013 são viagem e turismo, imóveis e móveis.