FecomercioSP: índice de estoques no varejo sobe 1,1%

Resultado indica que o ciclo de ajustes nos estoques ainda não acabou
Danilo Galindo
Publicado em 20/10/2014 às 10:55
Resultado indica que o ciclo de ajustes nos estoques ainda não acabou Foto: Foto: Tânia Rêgo/ABr


O Índice de Estoques (IE) calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) acelerou a alta para 1,1% em outubro ante setembro, ao ficar em 109,5 pontos. Na mesma base de comparação, o indicador, que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, tinha avançado 0,7% em setembro, indo para 108,3 pontos. Em relação a outubro do ano passado, porém, o IE caiu 7,1%.

Para a FecomercioSP, a elevação de 1,1% não pode ser considerada positiva, uma vez que o IE subiu por "motivos ruins": queda da proporção de empresários que informaram ter estoques abaixo do adequado (14,5% em outubro, ante 15,8% em setembro e 17,5% em outubro de 2013) e aumento da proporção dos varejistas que dizem ter estoques exagerados (30,5% neste mês, contra 29,8% em setembro e 22,4% em outubro do ano passado).

A Federação avalia que esse resultado indica que o ciclo de ajustes nos estoques ainda não acabou. Economistas da federação afirmam que a sensação de que havia sinais de recuperação na percepção dos varejistas se desfez, retornando a perda do humor como consequência de um cenário de inflação alta e expectativa de crescimento zero tanto para o Produto Interno Bruno (PIB) quanto para o varejo em São Paulo.

"A distância entre estoques acima e abaixo do desejado está grande (hoje ao redor de 16 pontos). Isso significa que o empresário está, certamente, mês após mês, tendo que rever a perspectiva de vendas para baixo. Algumas pessoas que acham que estão com estoques abaixo do adequado, quando vendem pouco, revisam a percepção no mês seguinte e passam a achar que estão com estoques exagerados", explicou Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado.

Segundo ele, o "pior de tudo" é que essa sensação ocorre em um dos meses em que os empresários estão definindo as encomendas para as festas de fim de ano, o que sinaliza que os pedidos dos empresários do varejo de São Paulo para o Natal tendem a ser menores do que no ano passado. "Se há muitos empresários achando que estão com estoques altos em setembro e outubro, o presságio para os pedidos não é muito bom", afirma Pina.

Metodologia

O IE é apurado mensalmente pela FecomercioSP, via entrevista com cerca de 600 empresários do comércio na Região Metropolitana de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando "inadequação total" e "adequação total", respectivamente. Por meio dos números, a entidade busca identificar a percepção dos comerciantes sobre a inadequação de estoques como "acima" (quando há sensação de excesso) ou "abaixo" (quando avaliam falta de itens para suprir demanda em curto prazo).

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