A Eletrobras anunciou nesta terça-feira (30) que a holding repetirá em 2015 o orçamento recorde previsto para 2014 que envolvia desembolso de R$ 14,1 bilhões. A expectativa da empresa é que consiga, no próximo ano, superar o volume de recursos orçados, uma vez que deverá chegar ao final deste ano com um valor realizado de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 10,2 bilhões do total orçado foram investidos até novembro – 73% do previsto e o maior da história da Eletrobras. As informações foram passadas por nota.
Para que a holding possa realizar o orçamento, a empresa passa por uma reestruturação dos processos empresariais, readequação dos custos em relação às receitas e otimiza os esforços entre as empresas do grupo, “questões que já vinham sendo tratadas nos últimos anos e que serão intensificadas em 2015”, informa a Eletrobras na nota à imprensa.
Para tanto, a empresa implementará o Plano Estratégico do Sistema Eletrobras 2015-2030, aprovado pelo Conselho de Administração no fim de novembro. A meta é estar entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as dez maiores do mundo em energia elétrica, com rentabilidade comparável às melhores do setor e sendo reconhecida por todos os seus públicos de interesse.
As informações divulgadas mostram que, dos R$ 10,2 bilhões gastos até novembro, R$ 5,2 bilhões foram em investimentos corporativos, nos quais possui propriedade integral, e R$ 5 bilhões por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), divididos entre geração (R$ 5,7 bi), transmissão (R$ 3,7 bi), distribuição (R$ 600 milhões) e demais (R$ 200 milhões).
A empresa trabalha com uma previsão de crescimento da capacidade instalada da Eletrobras até 31 de dezembro deste ano de aproximadamente 1.609 megawatts (MW), o que representa 26% do total do crescimento para todo o país, que é 6,2 gigawatts (GW). Até novembro, a capacidade instalada da Eletrobras aumentou 1.546 MW.
Em seu balanço geral, a Eletrobras, de forma individual ou por meio de SPEs, possui empreendimentos contratados em construção ou ainda em planejamento, que incorporarão à matriz brasileira até 2019 cerca de 22,4 GW, em sua maioria oriundos de fontes de energia limpa e renovável.
Desse total, a empresa é responsável por 12 GW, dos quais 2,3 GW são de empreendimentos de sua propriedade integral, enquanto 9,7 GW correspondem à parcela proporcional da participação da empresa em SPE. Esses investimentos deverão levar a capacidade instalada da companhia dos 43 GW, em dezembro de 2013, para 56,4 GW, em 2019.
Além disso, a Eletrobras possui estudos de inventário, viabilidade e projeto básico que totalizam 23,1 GW, com previsão de investimentos da ordem de R$ 81,2 bilhões.
Para 2015 o grande destaque será a conclusão das obras da interligação Brasil-Uruguai em 500 kilovolts (kV). A previsão é que até o fim do primeiro semestre do próximo ano, o Uruguai já esteja sendo abastecido com energia brasileira por desta linha. A Eletrobras e a Eletrobras Eletrosul são responsáveis pela construção das obras no lado brasileiro, que constitui é a ampliação da subestação Presidente Médici, ponto de conexão no SIN, e pela construção de uma nova subestação elevadora de Candiota (230 kV/525 kV).
Já estão concluídas a linha de 230 kV e de 3 quilômetros de extensão, que levará energia entre as subestações de Presidente Médici até Candiota, e a linha de 500 kV e 60 quilômetros de extensão, que segue de Candiota até a cidade de Aceguá, na fronteira com o Uruguai. A Eletrosul operará esses ativos após a conclusão das obras. Uma vez concluída, a interligação Brasil-Uruguais será capaz de suprir perto de um terço da demanda por energia do Uruguai.