Mínimo terá alta real até 2019, diz Barbosa

O ministro defendeu a política fiscal adotada pela equipe econômica anterior
Folhapress
Publicado em 02/01/2015 às 20:50
O ministro defendeu a política fiscal adotada pela equipe econômica anterior Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (2) serão necessários "ajustes" na política econômica, definiu como prioridade investir "agora" em infraestrutura e disse que a nova política para o salário mínimo manterá seu aumento acima da inflação entre 2016 e 2019.


Em seu discurso na cerimônia de transmissão de cargo, ele disse que os ajustes terão "impactos restritivos no curto prazo", mas destacou que têm de ser feitos para recuperar o crescimento nos próximos quatro anos.

"Ajustes nunca são um fim em si mesmos. São medidas necessárias para a recuperação do crescimento da economia", afirmou o ministro.

Nelson Barbosa, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Dilma, defendeu a política fiscal adotada pela equipe econômica anterior, mas afirmou que ela "cumpriu o papel que lhe foi posto e atingiu o seu limite".

Em seguida, destacou qual será a linha da nova equipe. "Agora, iniciamos uma nova fase", na qual é "necessário recuperar o crescimento da economia, com elevação gradual do resultado primário e redução da inflação."

Barbosa confirmou que, mesmo num período de aperto fiscal, o governo vai manter sua política de valorização do salário mínimo, enviando neste ano uma nova proposta ao Congresso.

O salário atualmente é calculado com a correção da inflação, medida pelo INPC do ano anterior, mais a variação do PIB de dois anos antes. Isso continua a valer para 2015. Barbosa afirmou que o novo cálculo será divulgado em momento oportuno.

"Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso nos próximos meses. Continuará a haver aumento real do salário mínimo."

Segundo Barbosa, as medidas anunciadas recentemente, que tornam mais rigorosa a concessão de seguro-desemprego, abono salarial, auxílio doença e pensão por morte, vão dar margem para a política de valorização do salário mínimo.

"São medidas que corrigem alguns excessos para que outros programas continuem", disse o sucessor de Miriam Belchior no Planejamento.

Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff definiu o valor de R$ 788 para o salário mínimo a partir de janeiro de 2015.

Barbosa evitou antecipar novos ajustes e destacou que as mudanças anunciadas recentemente terão impacto rápido, como a elevação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) de 5% para 5,5%.

"A a economia vai absorver isso dentro de um prazo rápido. Não vamos definir prazos, mas o próprio mercado prevê crescimento maior em 2016", disse o ministro.


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