Em meio a rumores, ações da Petrobras têm alta de 2,6%

O movimento, segundo analistas, foi estimulado por boatos em relação ao balanço da companhia e a uma possível troca de sua presidente
Folhapress
Publicado em 27/01/2015 às 20:30
O movimento, segundo analistas, foi estimulado por boatos em relação ao balanço da companhia e a uma possível troca de sua presidente Foto: Tânia Rêgo /Agência Brasil


Após operarem boa parte do dia no vermelho, as ações da Petrobras mudaram a tendência no meio da tarde e fecharam em alta de mais de 2%. O movimento, segundo analistas, foi estimulado por boatos em relação ao balanço da companhia e a uma possível troca de sua presidente, Graça Foster.

Os papéis preferenciais da Petrobras, mais negociados e sem direito a voto, fecharam em alta de 2,62%, para R$ 10,17 cada um. Eles chegaram a cair 3,83% mais cedo, antes de subir até 4,64% ao longo da tarde. Já os ordinários, com direito a voto, encerraram a sessão com ganho de 1,05%, para R$ 9,64, após oscilar entre alta de 3,56% e baixa de 4,19% durante o dia.

O movimento amenizou a queda do principal índice da Bolsa brasileira. Depois de ter atingido baixa de até 2,52%, o Ibovespa fechou a terça no zero a zero, com ligeira valorização de 0,03%, para 48.591 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,716 bilhões.

Analistas citaram que a forte virada dos papéis da Petrobras pode ter refletido rumores de que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles pudesse substituir Graça Foster na presidência da estatal.

Esse rumor já havia sido ventilado no mercado quando as denúncias de corrupção dentro da companhia, reveladas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, surgiram.

"Não é primeira vez que há essa especulação. É improvável, mas, se fosse confirmada, a entrada de Meirelles poderia dar um choque de credibilidade à Petrobras. Haveria uma melhora na governança da empresa, o que seria visto com bons olhos pelos investidores", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.

A presidente Dilma Rousseff (PT), no entanto, já afirmou em outras ocasiões que não há intenção de substituir Graça Foster. A Petrobras deveria divulgar seu balanço não auditado referente ao terceiro trimestre do ano passado na noite desta terça (27), mas, até a conclusão deste texto, o documento ainda não havia circulado.

O mercado estima baixa contábil de R$ 10 bilhões a R$ 48 bilhões referente aos casos de corrupção revelados pela Lava Jato.

A avaliação é que uma mudança tão grande no desempenho das ações da estatal nesta terça (27) possa ter sido também estimulada por apostas de que a baixa contábil seja menor do que a esperada.

"Os rumores podem ter motivado os 'vendidos' [que apostam na queda das ações] a zerar suas posições, gerando uma reação em cadeia que catapultou os preços dos papéis", afirma Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da Icap.

Para Ricardo Kim, da XP Investimentos, a grande questão é de quanto será a baixa contábil e quando a companhia divulgará a versão auditada do balanço. "Vale ressaltar que Graça Foster também admitiu a dificuldade em tornar público os números oficiais, já que, a cada denúncia de desvio de recursos, a realidade financeira da companhia é alterada", disse em relatório.

CÂMBIO

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia com desvalorização de 0,47% sobre o real, para R$ 2,577 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,73%, também para R$ 2,571. A moeda americana teve alta nos dois últimos pregões.

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