Petrobras: dividendo pode ser suspenso e investimentos serão reduzidos

Alternativa poderá ser considerada, dependendo da avaliação da situação financeira da companhia
Folhapress
Publicado em 29/01/2015 às 16:50
Alternativa poderá ser considerada, dependendo da avaliação da situação financeira da companhia Foto: Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados


RIO DE JANEIRO, RJ - O diretor da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou, nesta quinta-feira (29), que o não pagamento de dividendos a acionistas é uma "alternativa que poderá ser considerada, dependendo da avaliação da situação financeira da companhia". Segundo ele, porém, a hipótese ainda não está "colocada".

Barbassa lembrou que a lei prevê uma remuneração mínima aos donos de ações preferenciais, com a garantia de distribuição de 25% dos lucros. "Entretanto, há uma possibilidade que não está sendo neste momento ainda colocada, mas poderá sê-lo. Trata-se de uma situação que, se julgada na Lei das S.A., na situação de estresse financeiro, há possibilidade de não pagamento". Ele participa de conferência com analistas de mercado conduzida pela presidente da Petrobras, Graça Foster, na sede da empresa, no Rio.

Graça Foster anunciou que irá cortar investimentos da companhia a ponto de reduzir a carteira de exploração de petróleo "ao mínimo necessário" e que irá também desacelerar o ritmo das obras do Comperj, refinaria em construção em Itaboraí, região metropolitana do Rio.

A empresa também manterá parada a obra da unidade de fertilizantes, no Mato Grosso do Sul, cujo contrato com o consórcio construtor foi rompido no final do ano passado. A unidade, segundo Graça, está 85% concluída e uma nova licitação será "conduzida com a velocidade necessária".

Essas são algumas das medidas, ainda não detalhadas, que indicam o caminho que a empresa vai tomar para cortar os investimentos em 30% este ano, dos US$ 44 bilhões anteriormente previstos, para algo entre US$ 31 bilhões e US$ 33 bilhões. A ideia da empresa é reduzir o ritmo dos projetos que "trazem pouca ou nenhuma contribuição para o caixa da empresa" neste ano e em 2016.

Preços dos derivados

Outra medida prevista é a revisão da política de preços para os derivados que não sejam gasolina e diesel. Graça não deu maiores detalhes, disse apenas que a revisão atingirá combustíveis como óleo combustível, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) para o setor industrial e também o asfalto, também derivado de petróleo cru. A presidente não deu detalhes do que será feito, mas sinaliza uma mudança do subsídio que é dado a esses produtos.

As informações foram apresentadas por Graça, na tarde desta quinta-feira (29), em teleconferência com analistas sobre o balanço, não auditado, do terceiro trimestre de 2014

"Sobre o Capex [investimento], [vai haver] redução do ritmo de projetos que trazem pouca ou nenhuma contribuição ao caixa nesse ano de 2015 e 2016. Da área de Abastecimento, estamos diminuindo a velocidade de investimento no Comperj e toda a infraestrutura associada a ele. No Gás e Energia, estamos com a fábrica de fertilizantes já 85% realizada parada no momento."

"[Não houve] entendimento entre nós e o consórcio que constrói essa unidade. Nós denunciamos o contrato e estamos nos preparando para uma próxima licitação, e vamos conduzir isso com a velocidade necessária. E na área de Exploração e Produção, [vai haver] a revisão da carteira exploratória ao mínimo necessário", disse Graça aos analistas.

Após a teleconferência com analistas, a presidente da estatal e toda a diretoria concederão uma entrevista coletiva com os jornalistas, na sede da empresa, no centro do Rio.

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