Aumento no nível de hidrelétricas afasta ''cada dia mais'' racionamento, diz Braga

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as represas de hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste tinham na terça-feira (7) um armazenamento médio de 30,38%
Da ABr
Publicado em 08/04/2015 às 12:09
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as represas de hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste tinham na terça-feira (7) um armazenamento médio de 30,38% Foto: Foto: Divulgação / Sabesp


A maior incidência de chuvas nos últimos meses e a consequente elevação dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste deixa “cada dia mais distante” a necessidade de um novo racionamento energético no país. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (8) pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em audiência pública da Comissão de Infraestrutura do Senado.

“No Sudeste e Centro-Oeste está cada dia mais distante a possiblidade de termos um racionamento de energia, em que pese ainda tenhamos uma crise hídrica e tenhamos um volume de água nos reservatórios inferior ao de 2001 ”, disse Braga se referindo ao ano em que houve o racionamento de energia no país.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as represas de hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste tinham na terça-feira (7) um armazenamento médio de 30,38%. Essas regiões são responsáveis por cerca de 70% de toda a capacidade de geração de energia no país.

"Estamos monitorando semana a semana a curva de carga e de consumo no país. E, no primeiro trimestre de 2015, comparado com o primeiro trimestre de 2014, nós tivemos uma queda no consumo de 1,8% o que mostra que a população está compreendendo a necessidade de fazermos um uso melhor da energia elétrica para que possamos ter um combate ao desperdício", destacou Braga.

O ministro defendeu a diversificação da matriz energética no país, a partir do racionamento de 2001. Ele acrescentou que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) deverá deliberar, na sexta-feira (10), sobre um convênio isentando a geração de energia solar de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em contrapartica o governo federal isentará a cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

"Nós passaremos a ser competitivos na geração distribuída de energia solar, o que nos dará a possibilidade de lançar, no segundo semestre, um grande programa de geração distribuída de energia dentro do centro de carga fazendo com que nós tenhamos grandes inovações em relação a esse tema", disse Braga.

O ministro demostrou otimismo em relação a um projeto do governo de produção de energia solar a partir de equipamentos flutuadores em lagos. "Se este projeto der certo, o Brasil será capaz de produzir energia solar em quantidade igual ou superior a de uma nova hidrelétrica", explicou. A tecnologia já é objeto de experiência em alguns países.

A geração de energia eólica no Nordeste também foi destacada pelo ministro. Segundo Eduardo Braga, o Brasil está entre os dez maiores produtores de energia eólica. Até 2020, a expectativa é de que o país estará em segundo ou em primeiro lugar na produção mundial de energia eólica, acredita o ministro.

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