Inadimplência com empresas de energia cresce 11% em 2015

Dado da Serasa Experian mostra que elevação da tarifa contribuiu para o calote. Queixas contra empresas também cresceram
Da editoria de economia
Publicado em 23/06/2015 às 10:21
Dado da Serasa Experian mostra que elevação da tarifa contribuiu para o calote. Queixas contra empresas também cresceram Foto: Foto: Guga Matos/ JC Imagem


A tarifa subiu, o bolso apertou. A consequência? Cresceu no País o calote nas contas de energia. De acordo com a Serasa Experian, a inadimplência do consumidor com empresas do setor cresceu 11% no acumulado do ano até abril, em comparação com mesmo período do ano passado. Em Pernambuco, as contas em atraso também aumentaram. No entanto, em nota enviada pela assessoria de imprensa, a companhia não revela o percentual. Paralelamente, as reclamações contra a empresa também registraram alta, chegando a 1.989 queixas no Procon-Pernambuco, alta de mais de 18% entre janeiro e 22 de junho deste ano comparando com as 1.678 registradas no mesmo período de 2014. 

As altas da inadimplência e das queixas estão ligadas aos reajustes constantes da tarifa que ocorreram no começo deste ano, confundindo o consumidor. Até o ano passado, a conta aumentava somente uma única vez em abril. Este ano, o reajuste médio foi de 21% na conta de luz entre janeiro e abril para os pernambucanos, com aumento no preço da tarifa em janeiro (com a cobrança da bandeira tarifária), em março (quando foi cobrado um percentual de reajuste para bancar as térmicas e o aumento do preço da bandeira tarifária) e, por último, em abril (quando houve o reajuste da Celpe). 

No resto do País, algumas distribuidoras chegaram a ter aumentos de 39,5% e 35,5%, como ocorreu, respectivamente, com a AES Sul e RGE, ambas distribuidoras do Rio Grande do Sul. Lá, o reajuste vai ultrapassar os 50%, segundo técnicos do setor. 

“Se, por ventura, o consumidor achar que o valor da fatura não está correto, pode reclamar com o Procon”, diz o gerente geral do Procon-Pernambuco, Erivaldo Coutinho. Para isso, o cliente precisa levar a conta da energia e um documento de identidade. O Procon fica na Rua Floriano Peixoto, 141, em frente à Casa da Cultura, no Bairro de São José e o atendimento ao público ocorre das 8 horas às 14 horas.

Consultada pela reportagem do JC, a assessoria de imprensa da Celpe informou que orienta os clientes a realizar o pagamento da fatura de energia até a data do vencimento, porque o atraso na quitação acarreta ações de cobrança, a exemplo de multa e juros, negativação de crédito e, em último caso, suspensão do fornecimento de energia. Ainda de acordo com a empresa, as estratégias de cobranças aplicadas, no caso de inadimplência, são pautadas na legislação vigente e como forma de minimizar as consequências para os consumidores, a distribuidora promove regularmente mutirões de negociação de débitos e oferece opções diferenciadas para regularização de dívidas.

CRISE - Depois de fechar 2013 com queda de 14,8% na inadimplência do consumidor, as empresas de energia viram a situação começar a mudar em agosto de 2014, quando os atrasos nas contas voltaram a subir, fechando o ano com elevação de 8,3%, segundo a Serasa.

Mesmo em alta, a inadimplência no setor de energia está subindo menos que a dos demais setores. No ano passado, o atraso nas contas nos setores não bancários aumentou 9,7% (mais que os 8,3% do setor de energia) e, no acumulado de 2015 até abril, subiu 16,7%, contra os 11% do setor de energia.

Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, esse fenômeno acontece porque normalmente as pessoas tendem a ficar menos inadimplentes com as distribuidoras de energia, devido à natureza da penalidade por falta de pagamento neste setor, que gera corte de fornecimento.

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