O IPCA-15, prévia da inflação oficial, ficou em 0,43% em agosto, desacelerando em comparação a julho (0,59%) e, pela primeira vez neste ano, abaixo de 0,50%, segundo divulgou o IBGE nesta sexta-feira (21). Os analistas esperavam a desaceleração da taxa no mês. Economistas consultados pela agência internacional Bloomberg projetavam o IPCA-15 em 0,43% para o mês e de 9,57% para os 12 meses.
A taxa de 12 meses é a maior desde dezembro de 2003 (9,86%) e está bem acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 6,5% -o centro da meta é de 4,5%.A taxa acumulada em 12 meses continuou subindo porque o índice de agosto, apesar de ter desacelerado na comparação com julho, é o maior para o mês desde 2004 (0,79%). Em agosto do ano passado, foi de apenas 0,14%.
Um dos responsáveis por isso foi, novamente, a energia elétrica, que avançou 2,60% em agosto e contribuiu com 0,10 ponto percentual da prévia da inflação em agosto. O avanço foi resultado do reajuste de distribuidoras em São Paulo e Curitiba.
Houve ainda reajustes em companhias de saneamento no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia, o que puxou a a inflação de água e esgoto para 1,39% neste mês de agosto. Os preços administrados -como energia elétrica, água e esgoto e gasolina- foram os principais responsáveis pelo aumento da inflação desde o início deste ano. De janeiro a agosto, a inflação acumula 7,36%, segundo o IBGE.
SETORES
O grupo de transporte, com baixa de 0,46%, foi um dos principais responsáveis pelo recuo do índice no mês. O motivo foi a queda dos preços das passagens aéreas, que caíram 25,06%. Automóveis novos (-0,41%) e usados (-1,20%) também ajudaram no mês. As passagens aéreas estão entre os preços mais instáveis dos índices de inflação, sofrendo forte variação entre a alta e baixa temporada.
Outra influência positiva para a desaceleração do índice no mês veio do grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 0,45% no mês, inferior aos 0,64% de julho, informou o IBGE. Entre os alimentos que ficaram mais baratos estão batata-inglesa (-9,51%), açaí (-8,51%), tomate (-6,67%), feijão-preto (-4,30%), feijão-fradinho (-4,26%) e óleo de soja (-1,14%).